sexta-feira, 13 de outubro de 2023

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE PORTUGUÊS 4 - SAEB / SPAECE / ENEM


1- S01.H11 Leia o texto a seguir.

Um dia na vida do cartão inteligente – Crônica de Moacyr Scliar

“Preço menor viabiliza cartão inteligente.”
Dinheiro, 26 ago. 1999

Não eram ainda dez horas quando ele recebeu, pelo correio especial, o seu novo cartão inteligente. Foi com emoção que ele abriu o envelope – não tinha a menor ideia de como seria esse novo cartão, que, dizia a publicidade, inovava tudo o que se conhecia em matéria de cartões de crédito.
E era diferente mesmo. Não apenas pelo formato – um pouco maior do que os cartões comuns – como também pelo mostrador, semelhante ao das calculadoras. Havia ali uma mensagem: “Bom dia. Sou o seu cartão inteligente. Aqui estou para lhe prestar todos os serviços de que necessite”.
Entusiasmado, ele resolveu ir às compras. Foi ao shopping, passou por diversas lojas. De repente, avistou um belo paletó, um paletó importado, elegantíssimo. Entrou, experimentou. Caiu-lhe muito bem. Sacou do bolso o cartão inteligente e já ia entregá-lo ao vendedor, quando no mostrador apareceu uma mensagem: “Não compre esse paletó. Você não precisa dele. Você já tem muitos paletós e, além disso, o preço está exagerado. Não compre”.
Perturbado, guardou o cartão no bolso, deu uma desculpa qualquer ao intrigado vendedor e bateu em retirada.
Foi para o escritório, trabalhou um pouco – mas não podia deixar de pensar no que tinha acontecido. Teria mesmo o cartão lhe dado um conselho?
Decidiu tentar novamente. Saiu, entrou numa livraria, apanhou um livro de economia. Foi ao caixa, com o cartão na mão – mas, de novo, ali estava um aviso: “Não compre esse livro. As ideias do autor estão completamente superadas. As revistas norte-americanas há muito o esqueceram”. Deixou o livro sobre o balcão e saiu correndo.
Passou a tarde em casa, com dor de cabeça. E sabia por quê. Tinha um encontro marcado com uma moça que conhecera numa convenção de negócios. Sentira-se muito atraído por ela; convidara-a para jantar, naquela mesma noite. Seria, esperava, o início de uma bela ligação. Mas – e aí vinha a atroz dúvida – o que diria o cartão, na hora em que fosse pagar a conta do jantar? O que faria se aparecesse no mostrador algo como: “Não pague a conta para essa mulher, ela não é para você”?
Telefonou para a moça, cancelando o encontro. E aí, com dor de cabeça, foi para a cama. Mas não podia dormir – sobretudo porque não podia sonhar. O que diria o cartão inteligente de seus sonhos, absurdos como todos os sonhos?

Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/um-dia-na-vida-do-cartao-inteligente-cronica-de-moacyr-scliar/. Acesso em: 10 de outubro de 2022.

Qual o conselho que o cartão deu para o homem não comprar o livro?

A) Não pagar a conta cara.
B) Você não precisa de um livro.
C) Você já tem muitos livros.
D) As ideias do autor estão superadas.
E) O preço está exagerado.

2- S02.H11 Leia o texto a seguir.

Flores - Titãs

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
(...)

Disponível em: https://www.letras.mus.br/titas/48974/. Acesso em: 06 de set. de 2022.

Pode-se inferir que o eu-lírico está

A) vaidoso. B) esperançoso. C) alegre. D) superficial. E) triste.

3- S03.H08 Leia o texto a seguir.


No segundo quadrinho, qual o significado de “cambada”?

A) Objetos pendurados juntos.
B) Conjunto de amigos do ser humano.
C) Outros extraterrestres amigos do ser humano.
D) Grupo de pessoas com má índole.
E) Pessoas interessadas em conhecer extraterrestres.

4- S04.H12 Leia o texto a seguir.


No texto, a progressão de idade está representado em:




5- S05.H06 Leia o texto a seguir.

Fone de ouvido no trabalho... Pode ou Não pode?

Esse é um assunto simples, porém, muito polêmico em alguns ambientes de trabalho. Antes de começar a falar do ambiente de trabalho, quero relatar uma cena que vi em uma famosa cafeteria de São Paulo.

Era um domingo cedo e após realizar alguns exames fui à essa cafeteria, comprei um café e fui me acomodar no mezanino da loja. Ao sentar, percebi que ao meu redor estavam vários estudantes universitários nas outras mesas, alguns sozinhos e outros em grupos. Em suas mesas laptops e apostilas empilhadas, todos focados em seus estudos e muito concentrados no que estavam fazendo.

Foi quando eu vi que TODOS estavam com seus fones de ouvido conectados aos seus smartphones ou laptop.

Com certeza estavam escutando a sua playlist favorita para estudo, guardem essa cena para depois. Em algumas empresas está escrito em seus regulamentos internos que é expressamente proibido trabalhar com fones de ouvidos e já ouvi falar em pessoas que foram advertidas por isso. 

Acredito que estamos vivendo um problema de conflito de gerações, pois, as gerações mais antigas foram educadas de que não podiam ouvir música ao trabalhar, pois isso tiraria a concentração nas atividades. 

Porém, as novas gerações estão crescendo com o fone de ouvido praticamente embutido em seus ouvidos para fazerem de tudo, comer, estudar, brincar, passear, etc...

Agora olhem as pessoas que correm nos parques, ali naquele momento só delas, a grande maioria está
com o seu fone de ouvido, escutando aquela playlist que motiva e dá força para o seu treino.

Opa!!! Que motiva e dá força no seu treino???

Será que essa playlist da motivação só funciona para o treino físico? Será que ela não pode ser utilizada
no treino mental? Será que ela não pode ser utilizada naquele relatório mega blaster que você precisa fazertotalmente concentrado?

Vou relatar uma experiência que tive no gerenciamento de uma equipe operacional e outra de Business Intelligence. Ao assumir essas equipes, percebi que todos estavam com seus fones de ouvido nas mesas, afinal, eu não tinha costume de utilizar os fones para trabalhar.

Fiquei curioso com esse cenário, porém, antes de falar alguma coisa, passei a prestar atenção nas pessoas quando estavam utilizando os fones e quando não estavam. O ambiente de trabalho era muito amplo e com aqueles layouts de mesão, com muito ruído e pessoas andando.

Percebi que quando não estavam com os fones, se distraiam e falavam mais entre si, desta forma, exigindo um pouco mais de gestão para que o momento de distração não ultrapassasse o limite do bom, pois, eu sou totalmente a favor de ter esses momentos de distração e relaxamento durante o dia.

Porém, quando estavam com os fones de ouvido, naquela playlist da motivação e força, ficavam focados com a entrega, não se distraiam, conseguiam encontrar fórmulas e resolver problemas com muito mais rapidez e com o mínimo de erros, desta forma, também exigindo um pouco mais de gestão para que as pessoas não passassem do tempo e ficassem sem um momento de distração e relaxamento.

Um certo dia, precisava realizar um relatório e o ambiente estava com muito ruído, não tive dúvida, peguei o meu fone de ouvido e coloquei numa música bem baixa, mas que era suficiente para isolar o ruído externo. Resultado? Foi excelente, consegui me concentrar no relatório e elaborar da forma que eu desejava, a experiência foi comprovada, o fone de ouvido é bom!!!

Guardaram aquele cenário do começo? Dos estudantes universitários? Então, eles são produtivos desta forma, eles aprenderam a dividir o cérebro da música, do estudo e do trabalho. Provavelmente, muitos deles sem o fone de ouvido, poderão ser improdutivos em suas atividades e consequentemente serem advertidos por baixos resultados.

O que precisa tomar cuidado é que o relacionamento interpessoal no ambiente diminua, com as pessoas
se isolando em seus fones de ouvido.

Para vocês que podem fazer a diferença, tenho certeza de que podem conseguir flexibilizar o uso dos fones nas empresas, é claro que sem exageros e que também o volume não chegue a incomodar a pessoa que está ao lado. E também não liberar em atividades de risco. O que proponho aqui é para o pessoal interno, que fica ali em suas estações de trabalho em atividades de concentração.

Espero que o post crie a possibilidade de análise, bom trabalho com ou sem o fone de ouvido!!!!

Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/fone-de-ouvido-trabalho-pode-ou-n%C3%A3o-alexandre-horimi. Acesso em: 13 de out. de 2022.

O tema principal desse texto é sobre

A) os assuntos polêmicos em ambientes de trabalho.
B) os estudantes universitários terem mudado sua forma de estudar.
C) as playlist preferidas que os estudantes universitários ouvem para estudar.
D) a relação entre o fone de ouvido e a concentração nos estudos e trabalho.
E) a diminuição do relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho e estudo devido ao uso de fones.

6- S06.H08 Leia o texto a seguir.

Fone de ouvido no trabalho... Pode ou Não pode?

Esse é um assunto simples, porém, muito polêmico em alguns ambientes de trabalho. Antes de começar a falar do ambiente de trabalho, quero relatar uma cena que vi em uma famosa cafeteria de São Paulo.

Era um domingo cedo e após realizar alguns exames fui à essa cafeteria, comprei um café e fui me acomodar no mezanino da loja. Ao sentar, percebi que ao meu redor estavam vários estudantes universitários nas outras mesas, alguns sozinhos e outros em grupos. Em suas mesas laptops e apostilas empilhadas, todos focados em seus estudos e muito concentrados no que estavam fazendo.

Foi quando eu vi que TODOS estavam com seus fones de ouvido conectados aos seus smartphones ou laptop.

Com certeza estavam escutando a sua playlist favorita para estudo, guardem essa cena para depois. Em algumas empresas está escrito em seus regulamentos internos que é expressamente proibido trabalhar com fones de ouvidos e já ouvi falar em pessoas que foram advertidas por isso. 

Acredito que estamos vivendo um problema de conflito de gerações, pois, as gerações mais antigas foram educadas de que não podiam ouvir música ao trabalhar, pois isso tiraria a concentração nas atividades. 

Porém, as novas gerações estão crescendo com o fone de ouvido praticamente embutido em seus ouvidos para fazerem de tudo, comer, estudar, brincar, passear, etc...

Agora olhem as pessoas que correm nos parques, ali naquele momento só delas, a grande maioria está
com o seu fone de ouvido, escutando aquela playlist que motiva e dá força para o seu treino.

Opa!!! Que motiva e dá força no seu treino???

Será que essa playlist da motivação só funciona para o treino físico? Será que ela não pode ser utilizada
no treino mental? Será que ela não pode ser utilizada naquele relatório mega blaster que você precisa fazertotalmente concentrado?

Vou relatar uma experiência que tive no gerenciamento de uma equipe operacional e outra de Business Intelligence. Ao assumir essas equipes, percebi que todos estavam com seus fones de ouvido nas mesas, afinal, eu não tinha costume de utilizar os fones para trabalhar.

Fiquei curioso com esse cenário, porém, antes de falar alguma coisa, passei a prestar atenção nas pessoas quando estavam utilizando os fones e quando não estavam. O ambiente de trabalho era muito amplo e com aqueles layouts de mesão, com muito ruído e pessoas andando.

Percebi que quando não estavam com os fones, se distraiam e falavam mais entre si, desta forma, exigindo um pouco mais de gestão para que o momento de distração não ultrapassasse o limite do bom, pois, eu sou totalmente a favor de ter esses momentos de distração e relaxamento durante o dia.

Porém, quando estavam com os fones de ouvido, naquela playlist da motivação e força, ficavam focados com a entrega, não se distraiam, conseguiam encontrar fórmulas e resolver problemas com muito mais rapidez e com o mínimo de erros, desta forma, também exigindo um pouco mais de gestão para que as pessoas não passassem do tempo e ficassem sem um momento de distração e relaxamento.

Um certo dia, precisava realizar um relatório e o ambiente estava com muito ruído, não tive dúvida, peguei o meu fone de ouvido e coloquei numa música bem baixa, mas que era suficiente para isolar o ruído externo. Resultado? Foi excelente, consegui me concentrar no relatório e elaborar da forma que eu desejava, a experiência foi comprovada, o fone de ouvido é bom!!!

Guardaram aquele cenário do começo? Dos estudantes universitários? Então, eles são produtivos desta forma, eles aprenderam a dividir o cérebro da música, do estudo e do trabalho. Provavelmente, muitos deles sem o fone de ouvido, poderão ser improdutivos em suas atividades e consequentemente serem advertidos por baixos resultados.

O que precisa tomar cuidado é que o relacionamento interpessoal no ambiente diminua, com as pessoas
se isolando em seus fones de ouvido.

Para vocês que podem fazer a diferença, tenho certeza de que podem conseguir flexibilizar o uso dos fones nas empresas, é claro que sem exageros e que também o volume não chegue a incomodar a pessoa que está ao lado. E também não liberar em atividades de risco. O que proponho aqui é para o pessoal interno, que fica ali em suas estações de trabalho em atividades de concentração.

Espero que o post crie a possibilidade de análise, bom trabalho com ou sem o fone de ouvido!!!!

Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/fone-de-ouvido-trabalho-pode-ou-n%C3%A3o-alexandre-horimi. Acesso em: 13 de out. de 2022.

No trecho: Antes de começar a falar do ambiente de trabalho, quero relatar uma cena que vi em uma famosa cafeteria de São Paulo.” representa um fato, pois

A) descreve uma situação que aconteceu com o autor do texto.
B) são utilizados adjetivos e locuções adjetivas na frase em destaque.
C) está retratando um ponto de vista do autor sobre São Paulo.
D) apresenta um julgamento pessoal do autor sobre a cafeteria.
E) descreve uma opinião relativa ao fato ocorrido na cafeteria.

7- S07.H07 Leia o texto a seguir.

Chocolate faz bem para a saúde?

Quando o assunto é chocolate, até conhecer um pouco de sua história e alguns de seus efeitos em nosso organismo é divertido. Mas o que para alguns é um prazer incontrolável, para outros se constitui em uma tentação, principalmente para os que querem emagrecer.
A árvore que dá origem ao cacau é o cacaueiro que tem como nome científico Theobroma cacau, cujo nome Theobroma significa bebida dos deuses. O cacaueiro é uma árvore nativa da América Central e do Sul, que necessita de condições especiais para produzir. Só para exemplificar, as árvores produtoras de cacau são muito sensíveis às variações climáticas e principalmente às doenças. Sua altura não costuma ultrapassar os 10 metros e caso as condições sejam favoráveis, em apenas 5 anos se inicia sua produção, podendo viver até quase 50 anos. A polinização de suas flores é realizada por morcegos!
O Brasil já foi um dos grandes produtores mundiais de cacau, contribuindo na época com mais de 30% da produção mundial. Entretanto, problemas relacionados aos custos de produção local e à falta de organização dos produtores cacaueiros contribuíram para a retração desse setor produtivo, representando hoje apenas 4% da produção mundial.
A história do cacau é muito antiga, visto que povos pré-colombianos já utilizavam suas sementes para fazer uma bebida usada em rituais religiosos e alguns a empregavam como moeda. Cristóvão Colombo, em uma de suas várias incursões pelo continente, foi o primeiro europeu a tomar conhecimento do chocolate, mas o sucesso do chocolate na Europa só veio a ocorrer em anos posteriores. Inicialmente, a bebida, por ser amarga e oleosa, não era adequada ao gosto europeu, somente com a substituição de alguns produtos, como a pimenta pelo açúcar, por exemplo, foi que se permitiu uma maior aceitação da bebida."
Com a popularidade, logo outros países europeus começaram a produzir o cacau em suas colônias, contribuindo para a diminuição dos preços, que eram altíssimos! Desta forma, a bebida que antes era exclusiva dos reis e pessoas afortunadas, aos poucos foi se popularizando. A substituição da água por leite também contribuiu significativamente para melhorar ainda mais o sabor da bebida. A partir do aumento do consumo e do desenvolvimento de novas e modernas técnicas de produção e processamento, o chocolate passou a ser consumido em tabletes e evoluiu até a forma que conhecemos atualmente.
Em relação aos efeitos do chocolate em nosso organismo, não existem estudos conclusivos sobre como as substâncias presentes neste alimento agem em nosso sistema nervoso, entretanto, alguns estudos já realizados conseguiram desmistificar a ideia que o chocolate estaria relacionado ao aparecimento da acne e de inflamações cutâneas. Assim, o grande problema em relação ao consumo do chocolate se refere ao excesso de gordura hidrogenada acrescentada durante sua fabricação, que é prejudicial.

FERREIRA, Fabricio Alves. "Chocolate faz bem para a saúde?" Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/chocolate.htm. Acesso em 07 de outubro de 2022.

A ideia principal desse texto é

A) o preço do chocolate.
B) a árvore que dá origem ao chocolate.
C) a produção de chocolate no Brasil.
D) a popularidade do chocolate na Europa.
E) a descrição sobre aspectos do chocolate.

8- S09.H01 Leia o texto a seguir.

A estrela de Natal

Era a noite de Natal. Os três andavam pela estrada vazia. O pai, a mãe e a filha. Caminhavam sem rumo, de mãos dadas. [...] O pai punha a menina na garupa e a mãe cantava uma melodia antiga que falava sobre a estrela de Natal. A menina quis a estrela como presente de Natal. O pai falou que ela podia pedir ao vento, já que eram amigos. Ele sempre aparecia nessas andanças e a menina se distraía do cansaço das pernas conversando com o vento, que respondia de pronto e animava a menina a continuar. — Sua casa fica logo ali, sua casa está logo ali — soprava ele. Ou quem sabe pedir ao céu, continuou o pai. O céu tem muitas estrelas e pode lhe dar uma de presente. Logo em frente viram um casebre simples. A chaminé soltava fumaça. Resolveram parar, quem sabe um copo de água. — Sejam bem-vindos, sejam bem-vindos — exclamou a mulher da casa. O homem da casa ofereceu um banco para os três e o bebê, que brincava no chão de terra batida, sorriu e estendeu os braços para a menina.
Ela abaixou-se e passou a mão na cabeça careca do bebê. Ele era lindo, tinha bochechas gordas e ria. A menina acarinhou o bebê que se deitou no colo dela. Um tempinho só, mas tão confortante. Uma eternidade. Os três cearam com os outros três. Comeram raízes brancas, frutos vermelhos, sementes marrons, pão quentinho, e beberam chá de ervas perfumadas. Despediram-se desejando feliz Natal e tomaram a caminhar. Logo adiante, a mãe lembrou-se de um bichinho de pano que fizera para a filha, quando tinha a idade do bebê. Carregava o objeto na trouxa. Voltaram para entregar o presente à criança, mas a casa não estava mais lá. Nenhum vestígio do fogo, nenhum vestígio dos três. No chão batido a menina reconheceu a marca da mãozinha do bebê e ao lado dela uma estrela brilhante, a mais linda que ela já viu.

Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/estrela-natal-646955.shtml>. Acesso em 24 set 2014.

Esse texto é

A) um conto. B) um diário. C) uma biografia. D) uma entrevista.

9- S09.H12 Leia o texto a seguir.


Sobre o gênero conversa de Whatsapp, podemos dizer que é característica central dele

A) a presença de histórias curtas de três a quatro quadrinhos para fazer, em grande parte das vezes, uma
crítica social.
B) a presença de sátiras a partir de situações que envolvem o contexto atual voltada para problemas sociais.
C) a adequação da fala a situações formais e informais, podendo fazer uso de emoticons e de abreviações.
D) a viralização de informações engraçadas na internet a partir de imagens, vídeos, gifts.
E) construção do texto por meio do humor para criticar ou satirizar uma situação que é atemporal.

10- S10.H09 Leia o texto a seguir.


O propósito principal deste texto é

A) aconselhar as pessoas a seguirem o exemplo de Marcos e Ana.
B) descrever o tratamento de uma pessoa com câncer.
C) relatar a história de Marco e Ana no Instituto do Câncer.
D) divulgar as ações realizadas pelo Instituto do Câncer.
E) argumentar sobre os valores do amor através da história do casal.

11- S11.H15 Leia o texto a seguir.

A metamorfose
(Luiz Fernando Veríssimo)

Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Começou a mexer suas patas e viu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação difícil. Não tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel. Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu segundo pensamento foi: “Que horror... Preciso acabar com essas baratas...”
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto com a cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armário num quarto, e nele, roupa de baixo e um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita. Para uma ex-barata.
Maquiou-se. Todas as baratas são iguais, mas as mulheres precisam realçar sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que classe pertencia?... Tinha educação?....
Referências?... Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro não chegava. [...] Será que o dinheiro vai dar?
Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho. Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de Previdência Social. Pouco leite. O marido desempregado... Finalmente acertou na loteria. Quase quatro milhões! Entre as baratas ter ou não ter quatro milhões não faz diferença. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde põe o pronome. Subiu de classe. Contratou babás e entrou na Pontifícia Universidade Católica.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penúltimo pensamento humano foi : “Meu Deus!... A casa foi dedetizada há dois dias!...”. Seu último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois , mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida. Kafka não significa nada para as baratas...

Disponível em: https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ . Acesso em: 17 de out. de 2022. Adaptado.

O trecho que aponta as características físicas humanas incorporadas à barata é

A) “Seu último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria.” (4o parágrafo)
B) “Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava
raciocinar.” (2o parágrafo)
C) “Começou a mexer suas patas e viu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação
difícil.(1o parágrafo)
D) “Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de Previdência Social. Pouco leite. O marido desempregado...” (3o parágrafo)
E) “Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois , mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida.”(4o parágrafo)

12- S12.H05 Leia os textos a seguir. 


Os dois horóscopos trazem em comum a ideia de que ambos os signos durante a semana terão

A) ganhos financeiros.
B) práticas saudáveis na vida.
C) responsabilidade afetiva.
D) bons acontecimentos amorosos.
E) dificuldades na vida amorosa.

13- S12.H05 Leia os textos a seguir.

Texto I

Assim como Guga no tênis, espero que atletas como Gabriel Medina e Arthur Zanetti, um dos grandes ginastas brasileiros, recebam de nosso país pelo menos 1% da atenção que recebe um jogador de futebol. E que, assim, sirvam de inspiração para que outras crianças deem continuidade ao esporte. Parabéns, Gabriel Medina!

Moisés Moricochi Morato, servidor público (Pacaraima, RR)

Texto II

No caleidoscópio da realidade brasileira, um acontecimento auspicioso aflora. Trata-se da vitória do jovem Gabriel Medina no Campeonato Mundial de Surfe. Que sua disciplina e obstinação sirvam de estímulo para que outros jovens tenham êxitos em suas atividades, que possamos caminhar para a grande nação que tanto almejamos e temos condições de ser. Viva a juventude brasileira.

José de Anchieta Nobre de Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

Em relação à vitória do surfista Gabriel Medina, esses dois textos

A) apresentam observações irônicas.
B) expõem comentários semelhantes.
C) mostram opiniões contrárias.
D) usam argumentos inconsistentes.

14- S13.H06 Leia o texto a seguir.

Texto I

O que é o amor platônico?

Amor platônico é qualquer tipo de relação afetuosa idealizada em que não há a realização de uma relação amorosa, por diferentes motivos, como em um caso de amizade entre duas pessoas em que pelo menos uma deseja outro tipo de relação.
Amor platônico também pode ser um amor impossível, difícil ou que não é correspondido. Muitas vezes, uma pessoa tem um amor ou paixão platônica e nunca tenta sair dessa fase por medo de se machucar ou de verificar que as suas fantasias e expectativas não correspondem à realidade.
O termo amor "platonicus" foi usado pela primeira vez pelo filósofo neoplatônico florentino Marsilio Ficino no século XV, como um sinônimo de amor socrático.
A expressão viu o seu conceito mudar graças à obra de Sr. William Davenant, "Platonic Lovers" (Amantes Platônicos - 1636), onde o poeta inglês se refere ao amor como é retratado no Simpósio de Platão, que afirma que o amor é a raiz de todas as virtudes e da verdade.
Para o filósofo grego Platão, o amor era algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em
que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. O amor seria um agente de transformação e ordenação do mundo.
O conceito de amor ou paixão platônica também se relaciona com o mundo das ideias, criado por Platão.
Tudo o que existe no mundo das ideias é perfeito e eterno, já o que habita o mundo sensível é uma cópia imperfeita desse mundo das ideias.
Portanto, amor platônico, ou qualquer coisa platônica, se refere a algo que seja perfeito, eterno e imutável, mas que só existe em uma ideia.
O amor platônico é entendido como um amor idealizado, irreal e fantasioso, onde o objeto amado é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem defeitos.

Por Pedro Menezes. Disponível em: https://www.significados.com.br/amor-platonico/. Acesso em: 31 de out. de 2022.

Texto II

Amor sublime (Legião Urbana)

Eu sou apenas alguém
ou até mesmo ninguém
talvez alguém invisível
que a admira à distância
sem a menor esperança
de um dia tornar-me visível
e você?
você é o motivo
do meu amanhecer
é a minha angústia
ao anoitecer
você é o brinquedo caro
e eu a criança pobre
o menino solitário que quer ter o que não pode
dono de um amor sublime
mas culpado por querê-la
como quem a olha na vitrine
mas jamais poderá tê-la
eu sei de todas as suas tristezas
e alegrias
mas você nada sabes
nem da minha fraqueza
nem da minha covardia
nem sequer que eu existo
é como um filme banal
entre o figurante e a atriz principal
meu papel era irrelevante
para contracenar
no final.

Os textos I e II são

A) diferentes quanto à temática.
B) semelhantes quanto ao gênero.
C) semelhantes quanto à sequência discursiva.
D) semelhantes quanto à temática.
E) diferente quanto ao uso da linguagem regional.

15- S14.H07 Leia o texto a seguir.


O trecho: “É sobre respeito” está se referindo à

A) reciprocidade. B) honestidade. C) responsabilidade afetiva. D) vida amorosa. E) finanças.

16- S15.H01 Leia o texto.

Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2007.

Prezado Prefeito,

Apresento nesta carta o grande problema ecológico que está ocorrendo em nosso planeta, que em consequência afeta nossa cidade. O aquecimento global é um problema que está sendo debatido pela sociedade, porém nem todos já se conscientizaram de seus efeitos negativos. É preciso que a população aprenda o que fazer para não ter problemas no futuro.
Precisamos apresentar em colégios, programas sobre o que é o aquecimento global para mostrarmos os grandes problemas que ele traz e trará para a nossa sociedade. Por exemplo, as geleiras do Alasca que estão sendo destruídas, aumentam o volume da água e faz com que a maré suba, chegando a nossos prédios (exemplo tirado do jornal O Globo de agosto/2007, fato que já está acontecendo na cidade de Recife no estado de Pernambuco).
Para fazermos com que os efeitos do aquecimento global diminuam, precisamos usar novas matérias como biodiesel, que é um combustível biodegradável, muito menos poluente que a gasolina, pois emite menor quantidade de gás carbônico (CO2) (exemplo retirado do site da Petrobrás). Outro modo, é usarmos menos automóveis e mais transportes alternativos como metrô.
O único modo de fazermos com que as pessoas se conscientizem é mostrar para eles o mal que o aquecimento global faz para a ecologia e a nós mesmos. Porque se ficarmos parados, nosso mundo sofrerá grandes problemas. Obrigado.

Atenciosamente,
Rafael Roditi Lachter.

Disponível em: https://deixaeufalareescrever.blogspot.com/2007/10somente-quando-for-cortada-ltima-rvore.htm

Considerando as partes que compõem o texto, podemos afirmar que o trecho que demonstra a estrutura conclusiva dessa carta de reclamação é:

A) “Apresento nesta carta o grande problema ecológico que está ocorrendo em nosso planeta [...]” (1o parágrafo)
B) “Por exemplo, as geleiras do Alasca que estão sendo destruídas aumentam o volume da água [...]” (2o parágrafo)
C) “[...] precisamos usar novas matérias como o biodiesel, que é um combustível biodegradável [...]” (3o parágrafo)
D) “Outro modo, é usarmos menos automóveis e mais transportes alternativos como o metrô. [...]” (3o parágrafo)
E) “Porque se ficarmos parados, nosso mundo sofrerá grandes problemas. Obrigado“ (4o parágrafo)

17- S16.H03 Leia o texto a seguir.

Especialistas alertam para o impacto das mudanças climáticas na saúde

A resposta de organizações como o Einstein é a adoção do compromisso com o ESG, em que o “S”, de social, é também de saúde

Temperaturas extremas, inundações e deslizamentos, secas prolongadas, poluição. Os impactos das mudanças climáticas são visíveis em todo o planeta e representam, hoje, a maior ameaça à vida humana. O alerta foi feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em relatório divulgado em 2021, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-26), em Glasgow, e ainda em meio à pandemia de covid-19.
Segundo a organização, a expectativa é que, entre 2030 e 2050, as mudanças climáticas serão responsáveis por cerca de 250 mil mortes por ano, com causas que vão de desnutrição a doenças como malária.
O cenário evidencia a urgência na mobilização de governos e empresas no combate às severas alterações no clima como uma emergência sanitária. Uma das respostas é a adoção de práticas ESG (sigla em inglês para ambiente, social e governança) que enderecem o "S" também como "saúde", como já faz o Hospital Israelita Albert Einstein.
“O relatório foi claro: a mudança climática é a maior ameaça à saúde da humanidade”, destacou Guilherme Schettino, pneumologista e diretor superintendente do Instituto Israelita de Responsabilidade Social (IIRS) do Einstein, durante participação em painel do EXAME ESG Summit 2022. “E vale lembrar que isso foi dito durante a pandemia, o que reforça a importância desse tema quando falamos da saúde da população.”
Os efeitos de eventos climáticos extremos para a saúde podem ser diretos, com impactos físicos e psicológicos, ou indiretos, quando alteram a qualidade da água e do ar, afetam a produção de alimentos ou ecossistemas, e contribuem para a proliferação de vetores de doenças.
As populações mais vulneráveis são as mais afetadas. Por isso, não há como dissociar os debates sobre ações em saúde e na área social feitos por governos, empresas e outras organizações. No caso do Einstein, que faz a gestão de dois hospitais públicos em São Paulo e um em Goiânia, além de várias unidades públicas na capital paulista, a atuação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) permite contribuir com o acesso a atendimento de saúde de qualidade.
“No Einstein atuamos tanto no SUS quanto na saúde suplementar. E nós estamos, dentro desse movimento ESG, elegendo a saúde como um dos domínios do ‘S’ de social", afirmou Schettino.
Para Luciana Coen, diretora de comunicação integrada e responsabilidade social corporativa da SAP, “dentro do ‘S’ de social certamente está o fator saúde, em todos os seus aspectos”, incluindo a saúde mental. “E essa agenda ESG é uma agenda do setor privado, do setor público e de cada um de nós como cidadãos, que precisam atuar em conjunto”, disse Luciana, no mesmo painel.
Operações em risco Além dos efeitos sobre os indivíduos, o sistema de saúde é também fortemente afetado pelos eventos climáticos extremos, o que gera ainda mais preocupação entre quem é responsável por cuidar da população.
“Quando ocorre uma chuva muito forte, com deslizamentos, ou com grandes enchentes, isso tem um impacto para o sistema de saúde. Dificulta, por exemplo, o acesso dos pacientes e colaboradores à unidade de saúde, pode haver corte de energia, desabastecimento. O oxigênio que eu preciso para operação dos hospitais pode não ser reposto”, observou Schettino.
O médico lembrou que, em tempestades de grandes proporções, como o Katrina e o Sandy, nos Estados Unidos, e o furacão Maria, em Porto Rico, a operação do sistema de saúde foi duramente afetada, o que deixou a população sem atendimento justamente em um momento de grande necessidade. "Quando houve o Katrina, em Nova Orleans, o sistema de saúde parou de funcionar", lembrou, ressaltando que, após esse tipo de evento, o sistema fica desestruturado por um tempo prolongado.

Disponível em: https://exame.com/negocios/especialistas-alertam-impacto-mudancas-climaticas-saude-2/. Acesso em: 09 de nov. de 2022.

O trecho que apresenta um argumento de autoridade é:

A) “Quando ocorre uma chuva muito forte, com deslizamentos, ou com grandes enchentes, isso tem um impacto para o sistema de saúde” (9o parágrafo).
B) “Uma das respostas é a adoção de práticas ESG (sigla em inglês para ambiente, social e governança) que enderecem o "S" também como ‘saúde’” (3o parágrafo).
C) “No caso do Einstein,[...] a atuação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) permite contribuir com o acesso a atendimento de saúde de qualidade” (6o parágrafo).
D) “... o sistema de saúde é também fortemente afetado pelos eventos climáticos extremos, o que gera ainda mais preocupação entre quem é responsável por cuidar da população” (9o parágrafo).
E) “O cenário evidencia a urgência na mobilização de governos e empresas no combate às severas alterações no clima como uma emergência sanitária” (3o parágrafo).

18- S17.H05 Leia o texto a seguir.

Um dia na vida do cartão inteligente – Crônica de Moacyr Scliar

“Preço menor viabiliza cartão inteligente.”
Dinheiro, 26 ago. 1999

Não eram ainda dez horas quando ele recebeu, pelo correio especial, o seu novo cartão inteligente. Foi com emoção que ele abriu o envelope – não tinha a menor ideia de como seria esse novo cartão, que, dizia a publicidade, inovava tudo o que se conhecia em matéria de cartões de crédito.
E era diferente mesmo. Não apenas pelo formato – um pouco maior do que os cartões comuns – como também pelo mostrador, semelhante ao das calculadoras. Havia ali uma mensagem: “Bom dia. Sou o seu cartão inteligente. Aqui estou para lhe prestar todos os serviços de que necessite”.
Entusiasmado, ele resolveu ir às compras. Foi ao shopping, passou por diversas lojas. De repente, avistou um belo paletó, um paletó importado, elegantíssimo. Entrou, experimentou. Caiu-lhe muito bem. Sacou do bolso o cartão inteligente e já ia entregá-lo ao vendedor, quando no mostrador apareceu uma mensagem: “Não compre esse paletó. Você não precisa dele. Você já tem muitos paletós e, além disso, o preço está exagerado. Não compre”.
Perturbado, guardou o cartão no bolso, deu uma desculpa qualquer ao intrigado vendedor e bateu em retirada.
Foi para o escritório, trabalhou um pouco – mas não podia deixar de pensar no que tinha acontecido. Teria mesmo o cartão lhe dado um conselho?
Decidiu tentar novamente. Saiu, entrou numa livraria, apanhou um livro de economia. Foi ao caixa, com o cartão na mão – mas, de novo, ali estava um aviso: “Não compre esse livro. As ideias do autor estão completamente superadas. As revistas norte-americanas há muito o esqueceram”. Deixou o livro sobre o balcão e saiu correndo.
Passou a tarde em casa, com dor de cabeça. E sabia por quê. Tinha um encontro marcado com uma moça que conhecera numa convenção de negócios. Sentira-se muito atraído por ela; convidara-a para jantar, naquela mesma noite. Seria, esperava, o início de uma bela ligação. Mas – e aí vinha a atroz dúvida – o que diria o cartão, na hora em que fosse pagar a conta do jantar? O que faria se aparecesse no mostrador algo como: “Não pague a conta para essa mulher, ela não é para você”?
Telefonou para a moça, cancelando o encontro. E aí, com dor de cabeça, foi para a cama. Mas não podia
dormir – sobretudo porque não podia sonhar. O que diria o cartão inteligente de seus sonhos, absurdos como todos os sonhos?

Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/um-dia-na-vida-do-cartao-inteligente-cronica-de-moacyr-scliar/. Acesso em: 10 de outubro de 2022.

A palavra em destaque no trecho a seguir tem sentido de “Foi para o escritório, trabalhou um pouco – mas não podia deixar de pensar no que tinha acontecido”: (5o parágrafo)

A) Dúvida. B) Oposição. C) Conclusão. D) Lugar. E) Alternância.

19- S18.H04 Leia o texto a seguir.

A felicidade é sutil. É uma poesia, um pedaço de manga, um gole de vinho, uma música que arrepia. A felicidade é tão simples. Um abraço em quem a gente não vê faz tempo, um carrinho de um amigo, um beijo em seu amor. É andar de mãos dadas, encostar a cabeça no ombro do outro no cinema, dormir juntinho. É cheiro de café passado, susto que passa logo, lambida de cachorro no nariz e perfume de flor. A felicidade é serena... Uma ferida que sara, a calça que finalmente entra, a tão desejada voz do outro lado do telefone. Um filho que aprende a dizer mamãe, a receita que dá certo..., o olhar que se encontra.

(Clarissa Corrêa)

Disponível em: https://acalentai.tumblr.com/post/117082665222/a-felicidade-%C3%A9-sutil-%C3%A9-uma-poesia-um-peda%C3%A7o-de. Acesso em: 09 de jul. de 2021

A partir da leitura do texto, entende-se que a felicidade é sutil,

A) apesar dos pequenos momentos da vida.
B) por isso está em cada momento que vivemos.
C) uma vez que não a percebemos.
D) quando a percebemos.
E) logo, poucas pessoas conseguem atingi-la.

20- S19.H08 Leia o texto a seguir.

Chocolate faz bem para a saúde?

Quando o assunto é chocolate, até conhecer um pouco de sua história e alguns de seus efeitos em nosso organismo é divertido. Mas o que para alguns é um prazer incontrolável, para outros se constitui em uma tentação, principalmente para os que querem emagrecer.
A árvore que dá origem ao cacau é o cacaueiro que tem como nome científico Theobroma cacau, cujo nome Theobroma significa bebida dos deuses. O cacaueiro é uma árvore nativa da América Central e do Sul, que necessita de condições especiais para produzir. Só para exemplificar, as árvores produtoras de cacau são muito sensíveis às variações climáticas e principalmente às doenças. Sua altura não costuma ultrapassar os 10 metros e caso as condições sejam favoráveis, em apenas 5 anos se inicia sua produção, podendo viver até quase 50 anos. A polinização de suas flores é realizada por morcegos!
O Brasil já foi um dos grandes produtores mundiais de cacau, contribuindo na época com mais de 30% da produção mundial. Entretanto, problemas relacionados aos custos de produção local e à falta de organização dos produtores cacaueiros contribuíram para a retração desse setor produtivo, representando hoje apenas 4% da produção mundial.
A história do cacau é muito antiga, visto que povos pré-colombianos já utilizavam suas sementes para fazer uma bebida usada em rituais religiosos e alguns a empregavam como moeda. Cristovão Colombo, em uma de suas várias incursões pelo continente, foi o primeiro europeu a tomar conhecimento do chocolate, mas o sucesso do chocolate na Europa só veio a ocorrer em anos posteriores. Inicialmente, a bebida, por ser amarga e oleosa, não era adequada ao gosto europeu, somente com a substituição de alguns produtos, como a pimenta pelo açúcar, por exemplo, foi que se permitiu uma maior aceitação da bebida."
Com a popularidade, logo outros países europeus começaram a produzir o cacau em suas colônias, contribuindo para a diminuição dos preços, que eram altíssimos! Desta forma, a bebida que antes era exclusiva dos reis e pessoas afortunadas, aos poucos foi se popularizando. A substituição da água por leite também contribuiu significativamente para melhorar ainda mais o sabor da bebida. A partir do aumento do consumo e do desenvolvimento de novas e modernas técnicas de produção e processamento, o chocolate passou a ser consumido em tabletes e evoluiu até a forma que conhecemos atualmente.
Em relação aos efeitos do chocolate em nosso organismo, não existem estudos conclusivos sobre como as substâncias presentes neste alimento agem em nosso sistema nervoso, entretanto, alguns estudos já realizados conseguiram desmistificar a ideia que o chocolate estaria relacionado ao aparecimento da acne e de inflamações cutâneas. Assim, o grande problema em relação ao consumo do chocolate se refere ao excesso de gordura hidrogenada acrescentada durante sua fabricação, que é prejudicial.

FERREIRA, Fabrício Alves. "Chocolate faz bem para a saúde?" Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/chocolate.htm. Acesso em 07 de outubro de 2022.

A expressão “Theobroma cacau” (2o parágrafo) foi utilizada para ser possível

A) reconhecer que o texto falava do chocolate.
B) representar a história do cacau através do primeiro nome que ele recebeu.
C) dar maior credibilidade ao texto por meio do nome científico.
D) localizar de onde o cacaueiro é nativo.
E) mostrar o nome do chocolate em outros idiomas além do português.

21- S20.H08 Leia o texto a seguir.

A metamorfose
(Luiz Fernando Veríssimo)

Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Começou a mexer suas patas e viu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação difícil. Não tinha mais antenas. Quis emitir um som de surpresa e sem querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel. Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu segundo pensamento foi: “Que horror... Preciso acabar com essas baratas...”
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto com a cortina da sala para cobrir sua nudez. Saiu pela casa e encontrou um armário num quarto, e nele, roupa de baixo e um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita. Para uma ex-barata.
Maquiou-se. Todas as baratas são iguais, mas as mulheres precisam realçar sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene. Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que classe pertencia?... Tinha educação?....
Referências?... Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro não chegava. [...] Será que o dinheiro vai dar?
Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho. Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada. Filas no Instituto Nacional de Previdência Social. Pouco leite. O marido desempregado... Finalmente acertou na loteria. Quase quatro milhões! Entre as baratas ter ou não ter quatro milhões não faz diferença. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde põe o pronome. Subiu de classe. Contratou babás e entrou na Pontifícia Universidade Católica.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penúltimo pensamento humano foi : “Meu Deus!... A casa foi dedetizada há dois dias!...”. Seu último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel. Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois , mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida.
Kafka não significa nada para as baratas...

Disponível em: https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ . Acesso em: 17 de out. de 2022. Adaptado.

Em “O seu segundo pensamento foi: “Que horror...’” os dois pontos foram utilizados predominantemente para

A) dar uma ideia de pausa no texto.
B) indicar uma citação feita no texto.
C) enumerar uma sequência de fatos.
D) marcar o pensamento da personagem.
E) explicar o que aconteceu com a barata.

22- S20.H09 Leia o texto a seguir.

A música escolhida

Então hoje poderia mostrar para todo mundo o seu talento, a sua voz.
Edineia passaria a infância inteira cantando e adorando música, em casa, nas festas da família, nas reuniões de amigos, nos eventos da escola ‒ e para si mesma. Para si mesma, sempre: enquanto estudava, tomava banho, quando andava pela rua, lendo um livro, às vezes em que tomava o ônibus; quando percebia, o passageiro ao lado a estava olhando, entre surpreso e divertido, elogiando-a pela beleza da voz e da música que ela cantava sem perceber [...]
Quando apareceu o concurso que se anunciava como a maior revelação de novos talentos da música brasileira, ela tremeu e decidiu que ali estava a sua chance.
Escolhida a música, começaram os ensaios dias a fio e noite adentro, sem descanso e sem cansar, abnegação apaixonada que pareceria loucura se não fosse tão bonita. Edineia acordava pensando na música que cantaria, repassava no silêncio do café da manhã os acordes que julgava mais difíceis, domando em palavras toda a melodia e assim ia até quando todas as vozes da casa, com ares de madrugada insone, lhe pedissem para dormir.
Ensaiava no sono, aferrada à chance, e tão logo o dia amanhecesse, começava a cantar ainda na cama. A música foi se amoldando à voz de Edineia, feliz em sua emocionante beleza, pronta a que, no dia certo, todos descobrissem o talento de quem a cantava. Edineia tinha a certeza: o concurso seria a sua porta. E se emocionava com isto.
Ela está ali, agora, em frente ao conjunto, enquanto o apresentador do concurso a anuncia como a próxima concorrente da noite. Quando o homem lhe deseja boa sorte, [...] ela suspira, fecha os olhos, sente um breve e indizível tremor [...]
Mas quando o conjunto começa a tocar os acordes iniciais da canção, uma névoa de pavor tisna os olhos
assustados de Edineia: como é mesmo a primeira frase da letra da música?

SCHNEIDER, Henrique. A música escolhida. Disponível em: <https://bit.ly/2wktaE5>. Acesso em: 7 jan. 2020.

Nesse texto, no trecho “... nos eventos da escola ‒ e para si mesma.” (2o parágrafo), o travessão foi usado para

A) apontar indecisão.
B) apresentar explicação.
C) enfatizar uma informação.
D) introduzir uma crítica.
E) marcar discurso direto.

23- S21.H12 Leia o texto a seguir.

Amor sublime (Legião Urbana)

Eu sou apenas alguém
ou até mesmo ninguém
talvez alguém invisível
que a admira à distância
sem a menor esperança
de um dia tornar-me visível
e você?
você é o motivo
do meu amanhecer
é a minha angústia
ao anoitecer
você é o brinquedo caro
e eu a criança pobre
o menino solitário que quer ter o que não pode
dono de um amor sublime
mas culpado por querê-la
como quem a olha na vitrine
mas jamais poderá tê-la
eu sei de todas as suas tristezas
e alegrias
mas você nada sabes
nem da minha fraqueza
nem da minha covardia
nem sequer que eu existo
é como um filme banal
entre o figurante e a atriz principal
meu papel era irrelevante
para contracenar
no final.

Disponível em: https://www.letras.mus.br/renato-russo/1226441/. Acesso em: 31 de out. de 2022.

Os versos

Eu sou apenas alguém
ou até mesmo ninguém
talvez alguém invisível
que a admira à distância
sem a menor esperança
de um dia tornar-me visível

mostram que há

A) uma suavização da situação para amenizar o sentimento nutrido pelo eu lírico.
B) uma ironia por parte do eu lírico para impactar a pessoa amada.
C) uma oposição de ideias expostas para confundir a pessoa amada.
D) um efeito de dar vida a seres inanimados para exemplificar como o eu lírico se sente.
E) um exagero na forma de se expressar para impressionar o leitor do texto.

24- S22.H02 Leia o texto.


O humor do texto ocorre, predominantemente, devido

A) ao uso de palavras específicas que geralmente são desconhecidas das pessoas.
B) a pontuação usada de maneira diferenciada pelo autor do texto.
C) a presença de um sapo como personagem e suas expressões faciais.
D) a aparição de pernas que simbolizam um adulto sem aparecer um rosto.
E) a utilização da palavra “corrigir” que é interpretada de outra forma pelo garoto.

25- S22.H11 Leia o texto a seguir.


O humor do texto acontece em decorrência de

A) ter alguém que acredite em horóscopo.
B) estar presente em um site de comédia.
C) conter imagens icônicas.
D) fazer uma paródia do horóscopo chinês.
E) fazer referência ao período de 21/03 a 20/04.

26- S23.H05 Leia o texto para responder o item a seguir.

“A maior conquista que eu quero é a Mãe Terra”, afirma Cacique Pequena

No Dia Internacional dos Povos Indígenas, Brasil de Fato conversou com a Cacique Pequena sobre música, luta e conquista
Francisco Barbosa

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) | 09 de Agosto de 2021 às 18:07

No Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado hoje (9), Cacique Pequena conversou com o Brasil de Fato sobre sua história, lutas e conquistas indígenas.

Você é uma das primeiras caciques mulheres do país. O que isso representa para a luta indígena e, principalmente, para as mulheres indígenas?

Em 1995, eu tive a graça de receber a missão de empoderamento de ser uma cacique mulher, a partir de então comecei a viajar. Ainda em 1995, eu fui para Brasília, lá fui discriminada por indígenas do norte e do sul porque não podia uma mulher entrar em um trabalho de um homem. Eu disse “Eu também não tenho culpa se o povo me fez cacique para cuidar do meu povo”. Em 1997, nosso povo e nossa terra foram reconhecidos. Em 1999, recebi a notícia de que nossa terra tinha sido delimitada pelo governo, aí quando foi em 2000 começou a entrar benefícios.
Entrou primeiro uma casa de farinha, ainda em 1999, pela Cáritas, aí começaram a entrar os outros benefícios, as conquistas: energia, água, educação, saúde, quando foi em 2005, foi feito o posto de saúde. Começou a entrar nas conquistas, sempre lutando pela Mãe Terra. A maior conquista que eu quero é a Mãe Terra. Ainda faltam alguns processos. Nossa terra foi reconhecida oficialmente, essa terra aqui, o Recanto do Morro do Urubu, no Lagoa Encantada, Aquiraz , no Ceará e em 2011, ela foi demarcada.Eu ser considerada uma das primeiras caciques mulheres do Brasil é um fortalecimento para as mulheres indígenas de hoje. É muito importante elas não abandonarem a luta, ser uma pessoa forte. Nós por si só somos fortes.

(Texto adaptado). Disponível em: https://www.brasildefatoce.com.br/2021/08/09/a-maior-conquista-que-eu-quero-e-a-mae-terra-afirma-cacique-pequena. Acesso em: 22/07/2022.

No trecho: “Em 1999, recebi a notícia de que nossa terra tinha sido delimitada pelo governo, aí quando foi em 2000 começou a entrar benefícios.”, nesse trecho fica evidenciado o uso da linguagem

A) coloquial. B) literária. C) regional. D) técnica. E) culta.


GABARITO

1- D
2- E
3- B
4- B
5- D
6- A
7- E
8- A
9- C
10- C
11- C
12- A
13- B
14- D
15- C
16- E
17- A
18- B
19- B
20- C
21- D
22- C
23- E
24- E
25- D
26- A

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