domingo, 5 de outubro de 2025

Atividade 44 de Geografia - 8ª série - Anos Finais - O mundo Bipolar e a Guerra Fria

ATIVIDADE 44

Objeto de Aprendizagem: O mundo Bipolar e a Guerra Fria

Competências da BNCC: EF08GE05/ EF08GE06/ EF08GE08/ EF08GE09/ EF08GE20

Leia o texto e responda as questões abaixo.

O MUNDO BIPOLAR


O sistema político-econômico socialista propõe um papel central para o Estado, que atua como agente controlador dos meios de produção, distribuição e planejamento econômico. Diferente do capitalismo, onde o mercado regula a economia, no socialismo o Estado busca garantir igualdade social e acesso coletivo aos bens e serviços, eliminando a propriedade privada dos meios de produção e promovendo a justiça social por meio da coletivização.

A sociedade socialista ideal seria organizada com base na cooperação, na igualdade de oportunidades e na ausência de classes sociais. O trabalho seria voltado ao bem comum, e os recursos seriam distribuídos conforme as necessidades de cada indivíduo, não segundo o lucro. Essa visão utópica foi defendida por pensadores como Karl Marx e Friedrich Engels, que acreditavam que o comunismo seria o estágio final da evolução social, após o socialismo.

No entanto, o modelo socialista adotado por países como União Soviética, Cuba e China se distanciou das ideias originais. Em vez de uma sociedade sem classes e com liberdade plena, esses países implantaram regimes autoritários, com forte repressão política, censura e concentração de poder. A burocratização do Estado e o culto à liderança comprometeram os princípios de igualdade e liberdade propostos pelos idealizadores do socialismo.

O fim da ordem bipolar mundial foi marcado pela dissolução da União Soviética em 1991, encerrando a Guerra Fria e o sistema de disputa entre dois grandes blocos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, liderado pela URSS. Esse evento deu início à nova ordem internacional, caracterizada pela multipolaridade, com o surgimento de novos centros de poder e maior autonomia para países antes subordinados às superpotências.

Durante a Guerra Fria, o mundo vivia sob constante tensão geopolítica. A charge que retrata esse período provavelmente mostra a rivalidade entre EUA e URSS, marcada por disputas ideológicas, tecnológicas e militares. Exemplos dessas disputas incluem a corrida armamentista, a corrida espacial, a Guerra do Vietnã, a Crise dos Mísseis em Cuba e a influência em países do Terceiro Mundo. Diferente daquele cenário, a atual ordem multipolar é mais complexa, com diversos países buscando protagonismo regional e global, como China, Índia, Rússia e União Europeia.

A corrida espacial foi uma das formas pelas quais EUA e URSS tentaram demonstrar superioridade tecnológica e ideológica. O lançamento do satélite Sputnik pela União Soviética e a chegada do homem à Lua pelos Estados Unidos foram marcos dessa disputa, que também servia como propaganda política para atrair aliados e mostrar a força de seus respectivos sistemas.

Apesar da rivalidade intensa, os EUA e a URSS nunca entraram em conflito armado direto devido ao temor da destruição mútua assegurada, resultado da enorme capacidade nuclear de ambos. Assim, os confrontos ocorreram de forma indireta, por meio de guerras por procuração, espionagem e disputas diplomáticas.

Com o fim do bloco socialista, países antes alinhados aos EUA passaram a ter maior liberdade para definir suas políticas externas e econômicas. Essa autonomia permitiu o surgimento de novos polos de influência, contribuindo para a formação da ordem multipolar, onde o poder é distribuído entre várias nações.

A China, por exemplo, tem expandido sua influência global por meio de investimentos em infraestrutura, comércio e tecnologia em países da África e América Latina. Essa estratégia difere da abordagem da Guerra Fria, quando EUA e URSS usavam ajuda militar, ideológica e econômica para garantir aliados. Hoje, a China utiliza o poder econômico como principal ferramenta de influência.

Na nova ordem multipolar, diversos países buscam recuperar ou ampliar sua zona de influência. Um exemplo é a Rússia, que tenta reafirmar seu papel geopolítico por meio de ações militares e diplomáticas, especialmente na Europa Oriental e na Ásia Central. Essa busca por protagonismo reflete o cenário atual, onde o poder é mais distribuído e as alianças são mais flexíveis.

Fonte: Microsoft. Copilot. 2025

 

1. Qual é o papel do Estado no sistema político-econômico socialista?

2. De acordo com o socialismo, como deveria ser organizada a sociedade?

3. O socialismo adotado pela União Soviética e por países como Cuba e China não correspondeu ao socialismo proposto por seus idealizadores. Explique essa afirmação no caderno.

4. O que marcou o fim da ordem bipolar no mundo?

5. Observe atentamente a charge abaixo e responda no caderno às questões propostas.

 


a) A charge retrata qual período da geopolítica mundial?

b) Descreva como se caracterizava esse período.

c) Cite algumas das disputas entre as duas potências mundiais nesse período.

d) Descreva a diferença entre o atual cenário geopolítico mundial, ou seja, a nova ordem internacional, e o cenário do período a que a charge se refere.

6. Descreva como a chamada "corrida espacial" era utilizada pelas superpotências da Guerra Fria para demonstrar superioridade tecnológica e ideológica.

7. Explique por que, apesar da intensa rivalidade e da corrida armamentista, os Estados Unidos e a União Soviética nunca entraram em um conflito armado direto durante a Guerra Fria.

8. O texto afirma que, com a dissolução do bloco socialista em 1991, países que antes estavam sob a influência dos Estados Unidos adquiriram maior autonomia. De que forma essa maior autonomia contribuiu para a formação da nova ordem multipolar? 

9. A China, atualmente, tem expandido sua zona de influência para a África e a América Latina por meio de investimentos. Compare essa estratégia chinesa com a forma como os Estados Unidos e a União Soviética expandiam suas influências durante a Guerra Fria, com base no texto.

10. O texto descreve que a ordem multipolar é marcada pelo surgimento de diversos polos de poder e por países que buscam recuperar ou constituir suas próprias zonas de influência. Apresente um exemplo de país ou região que busca essa influência na ordem multipolar e justifique sua escolha com base nas informações do texto.

 

GABARITO

 

1. O Estado controla todos os meios de produção, o que deve ser produzido, onde será produzido, os preços dos produtos, o consumo da sociedade e ainda o salário pago aos trabalhadores.

2. A sociedade deveria ser organizada sem classes sociais, os meios de produção não seriam propriedade privada e a riqueza seria distribuída entre todos.

3. Possível resposta: de acordo com os idealizadores do socialismo, a sociedade não deveria apresentar divisão de classes, e o povo, por meio de uma revolução popular, deveria controlar o Estado. No socialismo adotado por países como União Soviética, Cuba e China, denominado socialismo real, os trabalhadores não estavam no poder, mas sim uma elite que controlava o Estado.

4. A dissolução do antigo bloco socialista em 1991 marcou o fim da ordem bipolar.

5. a) A charge retrata o período da Guerra Fria.

 b) Esse período se caracterizava pela divisão do mundo em dois sistemas político-econômicos: o socialista, liderado pela ex-União Soviética, e o capitalista, liderado pelos Estados Unidos.

c) Resposta esperada: corrida armamentista e nuclear; corrida espacial; e conflitos locais, como a participação em guerras, entretanto sem embates diretos entre os dois países.

d) Possível resposta: atualmente o cenário geopolítico mundial, denominado multipolar ou nova ordem internacional, apresenta mais de dois polos de influência global. Nos espaços da antiga zona de influência soviética atualmente existem novos polos de poder. Já os espaços que se encontravam sob a influência dos Estados Unidos adquiriram maior autonomia, formando, ou recuperando, suas próprias zonas de influência, como é o caso da Europa e do Japão.

6. Superioridade tecnológica: Cada marco na exploração espacial — o primeiro satélite (Sputnik, URSS), o primeiro ser vivo no espaço (URSS), o primeiro ser humano (URSS) e a chegada do homem à Lua (EUA) — era usado para provar a superioridade científica e tecnológica da nação.

Superioridade ideológica: O sucesso no espaço era interpretado como uma prova da superioridade do sistema político e econômico de cada bloco — o capitalismo para os EUA e o socialismo para a URSS.

7. Equilíbrio do terror: Ambos os países desenvolveram um vasto arsenal nuclear, criando um cenário de "Destruição Mútua Assegurada" (MAD, na sigla em inglês). A certeza de que qualquer ataque nuclear resultaria na destruição do agressor e do agredido impedia um ataque direto.

Conflitos por procuração: As superpotências preferiram apoiar lados opostos em conflitos locais, como na Coreia e no Vietnã, evitando um confronto direto entre suas forças militares.

Estabilidade por zonas de influência: Durante a Guerra Fria, as duas superpotências reconheciam, de forma implícita, as zonas de influência uma da outra.

8. A dissolução do bloco socialista em 1991 permitiu que países que antes estavam sob a influência soviética buscassem maior autonomia, abrindo caminho para o surgimento de novos polos de poder.

Esses países, livres da dependência ideológica e econômica de uma das superpotências, puderam explorar novas alianças e estratégias, diversificando o cenário geopolítico.

Além disso, a globalização econômica, intensificada após o fim da Guerra Fria, permitiu que outras nações se desenvolvessem e ganhassem influência em diferentes áreas, criando uma ordem mais complexa.

9. China (estratégia atual): Usa o poder econômico (investimentos, comércio, infraestrutura) para expandir sua influência, oferecendo uma alternativa ao modelo ocidental em países em desenvolvimento.

EUA e URSS (Guerra Fria): Utilizavam uma combinação de poderio militar (apoio a conflitos locais), ajuda econômica (Plano Marshall, COMECON) e ideologia (capitalismo vs. socialismo) para atrair ou dominar países.

10. Justificativa: Após a dissolução da União Soviética, a Rússia perdeu grande parte de sua influência global. Nos últimos anos, tem se esforçado para recuperá-la por meio de ações militares (como na Ucrânia), apoio a governos aliados e articulação em fóruns internacionais, como os BRICS.

Outro exemplo: A Índia, com seu crescimento econômico e populacional, busca expandir sua influência na Ásia e em outros continentes.


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