sexta-feira, 9 de maio de 2025

Atividade 19 de Geografia - Ensino Médio - A agricultura no mundo.

 

ENSINO MÉDIO

ATIVIDADE 19

Objeto de Aprendizagem: A agricultura no mundo.

 

Objetivos:

  • Analisar e compreender a organização das atividades produtivas no espaço rural.
  • Identificar e analisar as diferenças entre os sistemas de produção agrícola.
  • Reconhecer o desenvolvimento de sistemas agrícolas alternativos como meio de mitigar os impactos sociais e ambientais da agricultura moderna.
  • Conhecer e analisar as repercussões dos avanços tecnológicos na produção agropecuária.
  • Analisar as principais características da produção agropecuária no mundo desenvolvido e no subdesenvolvido.
  • Refletir sobre os problemas de concentração de terras no campo.

 

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1- Estabeleça a relação entre agricultura, tecnologia e o cultivo dos mais diversos gêneros agrícolas em lugares com diferentes características físicas.

2- O que é um sistema de produção agrícola?

 

3- Diferencie os sistemas de produção agrícola tradicional e moderno.

 

4- Sobre a Revolução Verde, explique:

a) em que consistiu essa revolução;

b) a relação entre o aumento da produtividade e a manutenção da fome no mundo;

c) os impactos ambientais gerados por essa revolução.

 

5- Dentre os sistemas agrícolas tradicionais, a agricultura de jardinagem possui características que lhe conferem elevada produtividade. Quais são as peculiaridades que a diferenciam dos demais sistemas tradicionais?

 

6- Defina o que são sistemas agrícolas alternativos. Dê exemplos.

 

7- Quais são as diferenças entre a agricultura praticada nos Estados Unidos e a praticada nos países europeus desenvolvidos?

 

8- Como as políticas protecionistas interferem na agropecuária praticada por países desenvolvidos? Exemplifique.

 

9- Caracterize as principais diferenças entre a atividade agropecuária praticada em países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

 

10- No que consiste uma reforma agrária e quais são seus objetivos?

  

11- Leia o texto a seguir e responda às questões.

 

Entrevista com o demógrafo Roberto Luiz do Carmo

Em 1798, um economista britânico chamado Thomas Malthus formulou uma teoria populacional que previa um apocalipse de fome e guerra se a população humana não parasse de crescer. Sua ideia era que a população cresceria em progressão geométrica, enquanto nossa capacidade de produzir alimentos só cresceria em progressão aritmética. Logo, em um futuro próximo, faltaria comida para alimentar tanta gente. Hoje, mais de dois séculos depois, a previsão não se confirmou. A população não parou de crescer e estamos todos, bem ou mal, vivos. Mas a teoria malthusiana ainda ressoa entre os mais alarmistas - principalmente agora que estamos atingindo o índice de 7 bilhões de seres humanos. Como dar comida para essa multidão? Como impedir o colapso de nosso já desgastado meio ambiente? Para responder a essas perguntas, a GALILEU conversou com o demógrafo Roberto Luiz do Carmo, pesquisador do Núcleo de Pesquisas da População (NEPO) da Unicamp. Segundo o pesquisador, os cientistas de hoje não veem nenhum perigo decorrente de uma superpopulação humana. Nossas modernas técnicas de agricultura garantirão que não falte comida nas próximas décadas - se ainda há fome no mundo, é porque os ali- mentos são mal distribuídos, e não por causa do excesso de gente. [...] Ainda é possível dizer que uma superpopulação humana ameaça o planeta? Eu tomaria muito cuidado na abordagem dessa questão. Não é possível, de maneira alguma, sustentar uma posição catastrofista em relação ao crescimento populacional. Não existem elementos científicos para isso. O argumento malthusiano mostrou-se totalmente equivocado. Ou seja, mesmo com o crescimento populacional da segunda metade do Século XX, não houve uma crise significativa na produção de alimentos. Houve, pelo contrário, um aumento substancial nessa produção. As situações de fome que afligem muitos países de tempos em tempos, principalmente na África, derivam da incapacidade de inserção no mercado para compra desses alimentos. Ou seja, em nível do mercado global, existe uma produção capaz de atender a população mundial. O que não existe é acesso aos mercados por parte de alguns países. 1) Existe alguma estimativa de quantos seres humanos o planeta é capaz de carregar sem se exaurir? Joel E. Coehn no livro “How Many People Can the Earth Support?”, publicado pela primeira vez em 1995, já deu a resposta que considero definitiva. Depois de reconstruir grande parte das avaliações realizadas historicamente sobre a “capacidade de suporte” do planeta, ele conclui o livro afirmando: “depende”. Depende do nível de consumo e do tipo de uso que essa população faça dos recursos ambientais. Em um padrão de consumo muito baixo, a Terra pode sustentar muito mais do que os 7 bilhões atuais. Ao nível de consumo crescente em que vivemos, com o tipo de uso que se faz dos bens naturais, creio que já ultrapassamos o limite. O que sustenta o volume atual da população é, paradoxalmente, a desigualdade de acesso aos bens e à riqueza que caracteriza a organização da sociedade atual, com um grande volume de população vivendo em situações de baixíssimo consumo, e um grupo muito reduzido (embora crescente) de pessoas com um elevadíssimo padrão de consumo dos recursos. O grande desafio das próximas décadas é a busca da redução das desigualdades, sem que isso signifique dilapidação/contaminação dos recursos naturais. Mas isso exige um outro estilo de desenvolvimento econômico e social. Então Malthus estava errado? Malthus estava totalmente equivocado. Em um exercício muito simples de imaginação basta pensar: se não nascesse mais nenhum ser humano será que os problemas sociais e ambientais estariam resolvidos? Não estou também dizendo que o volume Populacional não é importante. É sim fundamental. Mas existem outros aspectos que precisam ser considerados de maneira concomitante quando se analisa a questão populacional, como padrão de consumo e estilo de desenvolvimento.

 

a) As teorias de Malthus não se cumpririam porque o ser humano conseguiu ampliar as áreas cultivadas e a produtividade nos campos. Como isso foi possível?

 

b) Explique a seguinte afirmação: “se ainda há fome no mundo, é porque os alimentos são mal distribuídos, e não por causa do excesso de gente”.

 

c) Em uma de suas respostas, o entrevistado cita um estudo sobre as estimativas de capacidade da Terra em sustentar a população que abriga. Explique a relação que ele estabelece entre população e consumo. Qual é o padrão de consumo estabelecido na atualidade?

  

GABARITO

 

1. O ser humano desenvolveu técnicas a fim de ampliar e aperfeiçoar a produção agrícola no mundo. Podemos citar a criação e o aperfeiçoamento de instrumentos de trabalho, assim como de variedades mais resistentes de plantas, adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação e novas técnicas de cultivo, ampliando tanto as áreas de solos cultiváveis quanto a produtividade das lavouras.

 

2. Um sistema agrícola pode ser definido como um modelo de produção agropecuária que leva em conta fatores como o capital (recursos financeiros), a terra (o tamanho das propriedades) e o trabalho (mão de obra utilizada na terra e as reações de trabalho).

 

3. Os sistemas agrícolas tradicionais são aqueles que se caracterizam, em geral, pelo uso de técnicas rudimentares, pelo baixo nível de exploração da terra e pela baixa produtividade, como ocorre nos países mais pobres e atrasados tecnologicamente da América Latina, da África e da Ásia. Os sistemas agrícolas modernos se caracterizam pela utilização de aparatos tecnológicos avançados, como maquinários e insumos, além de assistência técnica sistemática, acompanha- mento permanente de engenheiros agrônomos, veterinários, entre outros profissionais especializados, como ocorre nos Estados Unidos, Cana- dá, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Itália.

 

4. a) Consistiu na incorporação do chamado pacote tecnológico voltado para a modernização das atividades agrícolas, incluindo o desenvolvimento de sementes mais resistentes e produtivas, a aplicação intensiva de fertilizantes e agrotóxicos, além do uso de maquinários.

b) De um lado, a fome e a subnutrição diminuíram bastante nas áreas em que a Revolução Verde foi implantada, em especial, nos países asiáticos mais pobres. Por outro, o aumento da fome ocorreu justamente em regiões mais pobres da América Latina e da África, onde a revolução não foi implantada. Contudo, atualmente a quantidade de alimentos produzida é suficiente para alimentar de forma adequada toda a população do planeta. Porém, o problema da fome não está ligado apenas à maior ou menor disponibilidade de alimentos, mas sim aos enormes contingentes de pessoas que sobrevivem com rendimentos tão ínfimos que não conseguem ter acesso à alimentação mínima necessária, o que evidencia que a fome decorre de problemas de ordem social, política e econômica.

 

c) A substituição de extensos ecossistemas naturais por grandes monoculturas e a eliminação de espécies da flora e fauna, a proliferação de pragas cada vez mais resistentes aos agrotóxicos, a contaminação do solo e das águas pela excessiva utilização de fertilizantes e adubos químicos, a contaminação residual de alimentos pelo excesso de agrotóxicos empregados nas lavouras.

 

5. Trata-se de um sistema agrícola intensivo praticado em pequenas e médias propriedades rurais em que se utilizam técnicas minuciosas na produção. Faz uso intensivo da mão de obra familiar em todas as etapas da produção, na qual os fatores que lhe garantem elevada produtividade são: o preparo do solo, plantio e replantio das mudas, aplicação de adubos, controle de pragas e do nível da água Utilizada na irrigação das lavouras.

 

6. São práticas de produção agrícola que procuram estabelecer uma relação de harmonia com a natureza, em que, em geral, ocorre a substituição do uso de adubos químicos tóxicos pelos de origem orgânica e a utilização do controle biológico, que utiliza predadores naturais para controlar as doenças e as pragas que atacam as lavouras. Entre as principais estão a agricultura orgânica e a agroecológica.

 

7. Nos Estados Unidos predomina a agricultura moderna, de alta rentabilidade e integrada à cadeia produtiva do agronegócio. A produção agropecuária do país se baseia em grandes lavouras monocultoras, na qual se tem a especialização da produção de determinados gêneros. Já nos países desenvolvidos do continente europeu, as terras são utilizadas de maneira intensiva, com predomínio de pequenas e médias propriedades policultoras, que utilizam técnicas agrícolas clássicas, como a rotação de culturas, isto é, em uma mesma área os agricultores cultivam diferentes gêneros alternando a pecuária com períodos de repouso do solo.

 

8. As políticas agrícolas protecionistas, como os subsídios, financiamentos, barreiras sanitárias, cotas e sobretaxas de importação praticadas pelos países desenvolvidos têm como finalidade incentivar a produção interna e proteger seus produtores rurais da concorrência externa, como os produtos oriundos dos países subdesenvolvidos, cujas economias estão, em geral, apoiadas nas exportações de gêneros agropecuários.

 

9. Nos países desenvolvidos a agropecuária é moderna e avançada tecnologicamente, com elevados investimentos em capital e alta tecnologia. Nos países Subdesenvolvidos, sobretudo nos tecnologicamente atrasados, o que se verifica é o predomínio de uma agropecuária tradicional, praticada com técnicas rudimentares e com baixa produtividade.

 

10. Em linhas gerais, a reforma agrária consiste em uma reorganização da estrutura fundiária, promovendo uma distribuição justa das terras de um país. Pode ocorrer com a desapropriação de grandes propriedades improdutivas, dividindo-as em lotes para assentar os agricultores e trabalhadores rurais sem a propriedade da terra e que queiram produzir nela. Entre os seus objetivos, podemos citar a oportunidade para que os agricultores e Sua família possam trabalhar e viver no campo em melhores condições, a redução da migração de trabalhadores rurais para as cidades, o aumento da produção de alimentos básicos e a diminuição dos conflitos de luta pela posse da terra.

 

11. O aumento da produtividade foi promovido com a utilização de técnicas avançadas que permitiram a modernização e melhorias na Produção dos cultivos.

b) As situações de fome, que afligem muitos países, derivam da incapacidade de inserção no merca- do para compra desses alimentos. No mercado global, existe uma produção capaz de atender a População mundial. O que não existe é acesso aos mercados por parte de alguns países.

c) Em um padrão de consumo baixo, a Terra pode sustentar muito mais do que os 8 bilhões atuais. Ao nível de consumo crescente de bens naturais em que vivemos, o entrevistado crê que já ultrapassamos o limite. Contudo, o que sustenta o volume atual da população é a desigualdade de acesso aos bens e à riqueza, em que de um lado há uma grande parcela da população vivendo em situações de baixíssimo consumo, e de outro, um grupo muito reduzido de pessoas com um elevadíssimo padrão de consumo dos recursos.

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