ENSINO MÉDIO
ATIVIDADE 19
Objeto de
Aprendizagem: A agricultura no mundo.
Objetivos:
- Analisar e compreender a organização das atividades produtivas no espaço rural.
- Identificar e analisar as diferenças entre os sistemas de produção agrícola.
- Reconhecer o desenvolvimento de sistemas agrícolas alternativos como meio de mitigar os impactos sociais e ambientais da agricultura moderna.
- Conhecer e analisar as repercussões dos avanços tecnológicos na produção agropecuária.
- Analisar as principais características da produção agropecuária no mundo desenvolvido e no subdesenvolvido.
- Refletir sobre os problemas de concentração de terras no campo.
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1- Estabeleça
a relação entre agricultura, tecnologia e o cultivo dos mais diversos gêneros
agrícolas em lugares com diferentes características físicas.
2- O que é um
sistema de produção agrícola?
3- Diferencie
os sistemas de produção agrícola tradicional e moderno.
4- Sobre a
Revolução Verde, explique:
a) em que
consistiu essa revolução;
b) a relação
entre o aumento da produtividade e a manutenção da fome no mundo;
c) os impactos
ambientais gerados por essa revolução.
5- Dentre os
sistemas agrícolas tradicionais, a agricultura de jardinagem possui
características que lhe conferem elevada produtividade. Quais são as
peculiaridades que a diferenciam dos demais sistemas tradicionais?
6- Defina o
que são sistemas agrícolas alternativos. Dê exemplos.
7- Quais são
as diferenças entre a agricultura praticada nos Estados Unidos e a praticada
nos países europeus desenvolvidos?
8- Como as
políticas protecionistas interferem na agropecuária praticada por países
desenvolvidos? Exemplifique.
9- Caracterize
as principais diferenças entre a atividade agropecuária praticada em países
desenvolvidos e subdesenvolvidos.
10- No que
consiste uma reforma agrária e quais são seus objetivos?
11- Leia o
texto a seguir e responda às questões.
Entrevista com o demógrafo Roberto Luiz do Carmo
Em 1798, um economista
britânico chamado Thomas Malthus formulou uma teoria populacional que previa um
apocalipse de fome e guerra se a população humana não parasse de crescer. Sua
ideia era que a população cresceria em progressão geométrica, enquanto nossa
capacidade de produzir alimentos só cresceria em progressão aritmética. Logo,
em um futuro próximo, faltaria comida para alimentar tanta gente. Hoje, mais de
dois séculos depois, a previsão não se confirmou. A população não parou de
crescer e estamos todos, bem ou mal, vivos. Mas a teoria malthusiana ainda ressoa
entre os mais alarmistas - principalmente agora que estamos atingindo o índice
de 7 bilhões de seres humanos. Como dar comida para essa multidão? Como impedir
o colapso de nosso já desgastado meio ambiente? Para responder a essas
perguntas, a GALILEU conversou com o demógrafo Roberto Luiz do Carmo,
pesquisador do Núcleo de Pesquisas da População (NEPO) da Unicamp. Segundo o
pesquisador, os cientistas de hoje não veem nenhum perigo decorrente de uma
superpopulação humana. Nossas modernas técnicas de agricultura garantirão que
não falte comida nas próximas décadas - se ainda há fome no mundo, é porque os
ali- mentos são mal distribuídos, e não por causa do excesso de gente. [...] Ainda
é possível dizer que uma superpopulação humana ameaça o planeta? Eu tomaria
muito cuidado na abordagem dessa questão. Não é possível, de maneira alguma,
sustentar uma posição catastrofista em relação ao crescimento populacional. Não
existem elementos científicos para isso. O argumento malthusiano mostrou-se
totalmente equivocado. Ou seja, mesmo com o crescimento populacional da segunda
metade do Século XX, não houve uma crise significativa na produção de
alimentos. Houve, pelo contrário, um aumento substancial nessa produção. As
situações de fome que afligem muitos países de tempos em tempos, principalmente
na África, derivam da incapacidade de inserção no mercado para compra desses
alimentos. Ou seja, em nível do mercado global, existe uma produção capaz de
atender a população mundial. O que não existe é acesso aos mercados por parte
de alguns países. 1) Existe alguma estimativa de quantos seres humanos o
planeta é capaz de carregar sem se exaurir? Joel E. Coehn no livro “How Many
People Can the Earth Support?”, publicado pela primeira vez em 1995, já deu a
resposta que considero definitiva. Depois de reconstruir grande parte das
avaliações realizadas historicamente sobre a “capacidade de suporte” do
planeta, ele conclui o livro afirmando: “depende”. Depende do nível de consumo
e do tipo de uso que essa população faça dos recursos ambientais. Em um padrão
de consumo muito baixo, a Terra pode sustentar muito mais do que os 7 bilhões
atuais. Ao nível de consumo crescente em que vivemos, com o tipo de uso que se
faz dos bens naturais, creio que já ultrapassamos o limite. O que sustenta o
volume atual da população é, paradoxalmente, a desigualdade de acesso aos bens
e à riqueza que caracteriza a organização da sociedade atual, com um grande
volume de população vivendo em situações de baixíssimo consumo, e um grupo
muito reduzido (embora crescente) de pessoas com um elevadíssimo padrão de
consumo dos recursos. O grande desafio das próximas décadas é a busca da
redução das desigualdades, sem que isso signifique dilapidação/contaminação dos
recursos naturais. Mas isso exige um outro estilo de desenvolvimento econômico
e social. Então Malthus estava errado? Malthus estava totalmente equivocado. Em
um exercício muito simples de imaginação basta pensar: se não nascesse mais
nenhum ser humano será que os problemas sociais e ambientais estariam
resolvidos? Não estou também dizendo que o volume Populacional não é
importante. É sim fundamental. Mas existem outros aspectos que precisam ser
considerados de maneira concomitante quando se analisa a questão populacional,
como padrão de consumo e estilo de desenvolvimento.
a) As teorias
de Malthus não se cumpririam porque o ser humano conseguiu ampliar as áreas
cultivadas e a produtividade nos campos. Como isso foi possível?
b) Explique a
seguinte afirmação: “se ainda há fome no mundo, é porque os alimentos são mal distribuídos,
e não por causa do excesso de gente”.
c) Em uma de
suas respostas, o entrevistado cita um estudo sobre as estimativas de
capacidade da Terra em sustentar a população que abriga. Explique a relação que
ele estabelece entre população e consumo. Qual é o padrão de consumo
estabelecido na atualidade?
GABARITO
1. O
ser humano desenvolveu técnicas a fim de ampliar e aperfeiçoar a produção
agrícola no mundo. Podemos citar a criação e o aperfeiçoamento de instrumentos
de trabalho, assim como de variedades mais resistentes de plantas, adubos,
fertilizantes, sistemas de irrigação e novas técnicas de cultivo, ampliando
tanto as áreas de solos cultiváveis quanto a produtividade das lavouras.
2.
Um sistema agrícola pode ser definido como um modelo de produção agropecuária
que leva em conta fatores como o capital (recursos financeiros), a terra (o
tamanho das propriedades) e o trabalho (mão de obra utilizada na terra e as
reações de trabalho).
3.
Os sistemas agrícolas tradicionais são aqueles que se caracterizam, em geral,
pelo uso de técnicas rudimentares, pelo baixo nível de exploração da terra e
pela baixa produtividade, como ocorre nos países mais pobres e atrasados
tecnologicamente da América Latina, da África e da Ásia. Os sistemas agrícolas
modernos se caracterizam pela utilização de aparatos tecnológicos avançados,
como maquinários e insumos, além de assistência técnica sistemática, acompanha-
mento permanente de engenheiros agrônomos, veterinários, entre outros
profissionais especializados, como ocorre nos Estados Unidos, Cana- dá, França,
Inglaterra, Alemanha, Holanda, Itália.
4.
a) Consistiu na incorporação do chamado pacote tecnológico voltado para a modernização
das atividades agrícolas, incluindo o desenvolvimento de sementes mais
resistentes e produtivas, a aplicação intensiva de fertilizantes e agrotóxicos,
além do uso de maquinários.
b)
De um lado, a fome e a subnutrição diminuíram bastante nas áreas em que a
Revolução Verde foi implantada, em especial, nos países asiáticos mais pobres.
Por outro, o aumento da fome ocorreu justamente em regiões mais pobres da
América Latina e da África, onde a revolução não foi implantada. Contudo,
atualmente a quantidade de alimentos produzida é suficiente para alimentar de
forma adequada toda a população do planeta. Porém, o problema da fome não está
ligado apenas à maior ou menor disponibilidade de alimentos, mas sim aos
enormes contingentes de pessoas que sobrevivem com rendimentos tão ínfimos que
não conseguem ter acesso à alimentação mínima necessária, o que evidencia que a
fome decorre de problemas de ordem social, política e econômica.
c) A
substituição de extensos ecossistemas naturais por grandes monoculturas e a
eliminação de espécies da flora e fauna, a proliferação de pragas cada vez mais
resistentes aos agrotóxicos, a contaminação do solo e das águas pela excessiva
utilização de fertilizantes e adubos químicos, a contaminação residual de
alimentos pelo excesso de agrotóxicos empregados nas lavouras.
5.
Trata-se de um sistema agrícola intensivo praticado em pequenas e médias
propriedades rurais em que se utilizam técnicas minuciosas na produção. Faz uso
intensivo da mão de obra familiar em todas as etapas da produção, na qual os fatores
que lhe garantem elevada produtividade são: o preparo do solo, plantio e
replantio das mudas, aplicação de adubos, controle de pragas e do nível da água
Utilizada na irrigação das lavouras.
6.
São práticas de produção agrícola que procuram estabelecer uma relação de
harmonia com a natureza, em que, em geral, ocorre a substituição do uso de
adubos químicos tóxicos pelos de origem orgânica e a utilização do controle
biológico, que utiliza predadores naturais para controlar as doenças e as
pragas que atacam as lavouras. Entre as principais estão a agricultura orgânica
e a agroecológica.
7.
Nos Estados Unidos predomina a agricultura moderna, de alta rentabilidade e
integrada à cadeia produtiva do agronegócio. A produção agropecuária do país se
baseia em grandes lavouras monocultoras, na qual se tem a especialização da
produção de determinados gêneros. Já nos países desenvolvidos do continente
europeu, as terras são utilizadas de maneira intensiva, com predomínio de
pequenas e médias propriedades policultoras, que utilizam técnicas agrícolas
clássicas, como a rotação de culturas, isto é, em uma mesma área os
agricultores cultivam diferentes gêneros alternando a pecuária com períodos de
repouso do solo.
8.
As políticas agrícolas protecionistas, como os subsídios, financiamentos,
barreiras sanitárias, cotas e sobretaxas de importação praticadas pelos países
desenvolvidos têm como finalidade incentivar a produção interna e proteger seus
produtores rurais da concorrência externa, como os produtos oriundos dos países
subdesenvolvidos, cujas economias estão, em geral, apoiadas nas exportações de
gêneros agropecuários.
9.
Nos países desenvolvidos a agropecuária é moderna e avançada tecnologicamente,
com elevados investimentos em capital e alta tecnologia. Nos países
Subdesenvolvidos, sobretudo nos tecnologicamente atrasados, o que se verifica é
o predomínio de uma agropecuária tradicional, praticada com técnicas rudimentares
e com baixa produtividade.
10.
Em linhas gerais, a reforma agrária consiste em uma reorganização da estrutura
fundiária, promovendo uma distribuição justa das terras de um país. Pode
ocorrer com a desapropriação de grandes propriedades improdutivas, dividindo-as
em lotes para assentar os agricultores e trabalhadores rurais sem a propriedade
da terra e que queiram produzir nela. Entre os seus objetivos, podemos citar a
oportunidade para que os agricultores e Sua família possam trabalhar e viver no
campo em melhores condições, a redução da migração de trabalhadores rurais para
as cidades, o aumento da produção de alimentos básicos e a diminuição dos
conflitos de luta pela posse da terra.
11. O
aumento da produtividade foi promovido com a utilização de técnicas avançadas
que permitiram a modernização e melhorias na Produção dos cultivos.
b)
As situações de fome, que afligem muitos países, derivam da incapacidade de
inserção no merca- do para compra desses alimentos. No mercado global, existe
uma produção capaz de atender a População mundial. O que não existe é acesso
aos mercados por parte de alguns países.
c)
Em um padrão de consumo baixo, a Terra pode sustentar muito mais do que os 8
bilhões atuais. Ao nível de consumo crescente de bens naturais em que vivemos,
o entrevistado crê que já ultrapassamos o limite. Contudo, o que sustenta o
volume atual da população é a desigualdade de acesso aos bens e à riqueza, em
que de um lado há uma grande parcela da população vivendo em situações de
baixíssimo consumo, e de outro, um grupo muito reduzido de pessoas com um
elevadíssimo padrão de consumo dos recursos.
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