quarta-feira, 30 de abril de 2025

Atividade 12 de Geografia - Ensino Médio - Indústria e Espaço Geográfico

 

ENSINO MÉDIO

ATIVIDADE 12

Objeto de Aprendizagem: Indústria e Espaço Geográfico.

 

Objetivos:

  • Compreender que as inovações técnicas alcançadas ao longo da história ampliaram a capacidade humana de intervir e de modificar a natureza.
  • Compreender o que foi a Revolução Industrial.
  • Conhecer e diferenciar o modo de trabalho, o período histórico e as principais características dos diferentes modos de produção: artesanato, manufatura e maquinofatura.
  • Compreender a diferença entre tipos de indústrias em relação à quantidade de matéria-prima que utiliza, e o nível tecnológico que emprega, em sua produção.
  • Identificar as principais características dos diferentes tipos de indústrias.

 

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1- Quais as mudanças ocorridas na produção industrial com o advento da indústria moderna?

 

2- De acordo com nossos estudos: “não é exagero dizer que a configuração do espaço geográfico contemporâneo resulta, em grande medida, do avanço da atividade industrial ao longo dos últimos dois séculos”. Dê exemplos que confirmem essa afirmação envolvendo matérias-primas, transportes e urbanização.

 

3- Como a Revolução Industrial alterou as características do processo industrial?

 

4- Descreva as características das indústrias de acordo com os bens produzidos e dê exemplos:

a) bens de produção ou de base;

b) bens intermediários e de capital;

c) bens de consumo.

 

5- Caracterize o modo de industrialização:

a) clássica ou original;

b) planificada;

c) tardia ou periférica.

 

6- Cite os principais fatores que influenciam na instalação de uma indústria em determinado local.

 

7- Leia e interprete o texto a seguir.

 

O RELEVO ECONÔMICO DO INTERIOR

O processo de desconcentração industrial no estado de São Paulo, iniciado na década de 1970, alterou profundamente seu mapa e território: a mancha metropolitana da capital se expandiu em direção ao Vale do Paraíba, Sorocaba e às regiões de Campinas e Ribeirão Preto, conglomerados urbanos especializados se formaram ao longo de uma densa malha rodoviária e as cidades médias assumiram a liderança do mercado em seu entorno. “O interior não é mais um espaço plano. Tem “relevo' econômico”, afirma Eliseu Savério Sposito, do Departamento de Geografia da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Presidente Prudente. À frente de um grupo de pesquisadores, Sposito coordenou um projeto que mapeou o movimento e as características do processo de desconcentração da indústria no estado. Eles constataram, por exemplo, que muitas empresas deslocaram fábricas para o interior, mas mantiveram a sede, assim como o seu board, na cidade de São Paulo. Os fatores determinantes da nova geografia econômica do estado, os eixos de desenvolvimento em torno dos quais se aglomeraram indústrias migrantes e nova conformação das cidades foram analisadas no âmbito do projeto O novo mapa da indústria no começo do século XXI: novas dinâmicas industriais e o território, coordenado por Sposito, que começou em 2006 e foi concluído em 2011. [..] Assim, a atual configuração geográfica do estado não descreve um território homogêneo: revela uma Região Metropolitana “transbordada” em direção a quatro regiões administrativas - Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Santos -, que mantém centralidade em relação às demais áreas de produção e de consumo do estado .A nova cartografia se traduz num mapa recortado por eixos de desenvolvimento orienta- do pela malha rodoviária e infoviária, corredores ferroviários e uma hidrovia, em torno dos quais se aglutinam grandes empresas industriais com acesso ao mercado nacional e global por meio de quatro aeroportos de carga e o porto de Santos. A descentralização da indústria amparou-se nos investimentos públicos, principalmente estaduais, na reorganização do território para atender às demandas corporativas e permitir maior fluidez e competitividade territorial das empresas, analisa Márcio Rogério da Silveira, que foi docente da Unesp, no estudo sobre os sistemas de transporte e logística no estado de São Paulo. Em 2007, a malha rodoviária paulista somava mais de 198 mil quilômetros. Deste total, 5 mil quilômetros de rodovias - exatamente aquelas com maior fluxo de transportes, traçados em mão dupla e conectados à capital — já eram operados por concessionárias privadas. “As rodovias são o esqueleto do crescimento econômico do estado”, enfatiza Sposito. O estado conta ainda com quatro grandes aeroportos, por meio dos quais circulam passageiros e cargas de maior valor agregado. O de Viracopos, em Campinas, é o segundo maior terminal de cargas do país.

 


a) Como o processo de desconcentração industrial alterou o território do estado de São Paulo?

b) O texto menciona a redução de custos como um fator da desconcentração industrial. Que custos têm onerado e que problemas têm se agravado, prejudicando a atividade industrial nas grandes metrópoles?

c)Qual o papel dos incentivos fiscais no processo de desconcentração industrial?

d) Com base em nossos estudos e no texto acima, explique a importância da infraestrutura de transportes e comunicações nesse processo de desconcentração industrial.

 

8- Explique como os diferentes tipos de indústria (de base, bens de consumo e indústrias tecnológicas) impactam na organização espacial de uma região. Cite exemplos de regiões no Brasil que ilustram esses impactos.

 

9- A instalação de indústrias em determinados locais pode gerar desigualdades regionais. Analise como a concentração industrial no Sudeste brasileiro influenciou as dinâmicas econômicas e sociais no Norte e Nordeste. Quais estratégias poderiam ser adotadas para minimizar essas desigualdades?

 

10- Nos últimos anos, as indústrias passaram por transformações relacionadas à globalização e aos avanços tecnológicos. Discorra sobre como essas mudanças estão modificando o espaço urbano e rural no Brasil, considerando questões como sustentabilidade e mobilidade urbana.

  

GABARITO

 

1. O surgimento da indústria moderna permitiu que a produção, até então pautada pelo artesanato e pela manufatura, fosse substituída pelo processo fabril, realizado no interior das fábricas, transformando os recursos naturais em mercadorias produzidas em série, de maneira rápida e padronizada, em larga escala.

 

2. A evolução das formas de trabalho e máquinas industriais aumentou a demanda por matérias-primas e fontes de energia, promovendo a expansão das áreas agrícolas para sustentar o crescente aumento da produção industrial. À produção em larga escala ampliou o comércio e, por sua vez, a circulação de produtos e matérias-primas no espaço geográfico, que demandou o desenvolvimento das redes e meios de transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo. O desenvolvimento da indústria acelerou à urbanização, uma vez que grande parcela da população rural, expulsa do campo, gerou um contingente de trabalhadores que se dirigiu para as indústrias.

 

3. A Revolução Industrial promoveu a introdução de máquinas movidas à energia (vapor), e a atividade industrial passou a transformar os recursos naturais em mercadorias produzidas em série, de maneira padronizada, mais rápida e em grande escala.

 

4. a) Transformam matérias-primas, como minérios e recursos energéticos de origem fóssil, em matérias-primas essenciais para os demais segmentos industriais. Destacam-se as refinarias de petróleo, siderúrgicas e químicas.

b) Também chamadas indústrias de equipamentos, produzem máquinas e equipamentos para todos os segmentos industriais, como a indústria de motores, tratores e autopeças.

c) Também chamadas indústrias leves, produzem bens que se destinam ao consumo da população, como os automóveis, eletrodomésticos, vestuário, calçados, medicamentos.

 

5. a) Ocorrida desde o século XVIII nos países que lideraram a Revolução Industrial, como a Inglaterra, os Estados Unidos, o Japão e os países europeus. Atualmente, abrigam os maiores complexos e mais sofisticados parques industriais do mundo.

b) Implantada no século XX nos países socialistas com economia planificada, isto é, controladas pelo governo, como a ex-União Soviética, a Polônia, Hungria, China. Caracterizou-se pelo investimento nas indústrias de base, como metalúrgicas, siderúrgicas e petroquímicas. Esse modelo de industrialização foi extinto com a queda do socialismo soviético.

c) Ocorrida nos países subdesenvolvidos, como Brasil, Argentina, México, África do Sul, Índia e Coreia do Sul, em meados do século XX. Este tipo de industrialização caracterizou-se pela adoção de capital nacional, tanto priva- do quanto estatal, como também de estrangeiros, motivo pelo qual há elevada participa- ção de empresas multinacionais na economia desses países.

 

6. Entre os principais fatores de localização de uma indústria, estão: proximidade das fontes de matérias-primas, fornecimento de fontes de energia, disponibilidade de mão de obra, proximidade de rede de transporte e de mercado consumidor, além de-aplicação de capital.

 

7. a) O processo de desconcentração industrial, iniciado na década de 1970, promoveu a ampliação da mancha metropolitana em direção ao Vale do Paraíba, a Sorocaba e às regiões de Campinas e Ribeirão Preto, conglomerados urbanos especializados se formaram ao longo de uma densa malha rodoviária e as cidades médias assumiram a liderança do mercado em seu entorno.

b) O preço elevado dos imóveis e dos impostos urbanos, a escassez de terrenos provocada pela saturação dos espaços, os congestiona- mentos de trânsito provocados pelo estrangulamento do sistema viário, a elevação do Custo da mão de obra decorrente da ação organizada dos sindicatos, o aumento da poluição atmosférica e hídrica.

c) Atrair novos investimentos, gerar emprego e renda para a população. Para isso, muitos governos oferecem redução ou mesmo isenção de impostos, às vezes por longo prazo, às empresas interessadas em expandir ou mesmo deslocar suas unidades para outros lugares. Também são oferecidas outras vantagens, como doação de terrenos, instalação de infraestrutura básica (asfalto, energia, iluminação pública, rede de água e esgoto, etc).

d) A desconcentração industrial promoveu a criação de uma densa malha rodoviária e infoviária, ferroviária e hidroviária, que permite a integração, articulação e fluidez territorial das empresas e da cadeia produtiva.

 

8- Os diferentes tipos de indústria impactam o espaço de maneiras distintas: 

- **Indústrias de base:** concentradas em áreas próximas a fontes de matéria-prima, como siderúrgicas na região Sudeste (exemplo: Volta Redonda-RJ). 

- **Indústrias de bens de consumo:** tendem a se localizar em áreas urbanas com maior densidade demográfica, buscando consumidores e mão de obra qualificada. Um exemplo é São Paulo, com inúmeras indústrias do setor de alimentos e vestuário. 

- **Indústrias tecnológicas:** geralmente se desenvolvem em polos tecnológicos, como o Porto Digital, em Recife-PE. 

 

9- A concentração industrial no Sudeste impulsionou um êxodo rural do Norte e Nordeste em busca de oportunidades de trabalho, criando um desequilíbrio. Além disso, houve dependência econômica dessas regiões menos industrializadas. Estratégias como criação de incentivos fiscais para indústrias em áreas menos desenvolvidas e desenvolvimento de infraestrutura são fundamentais para equilibrar o crescimento.

 

10- A globalização facilitou a expansão de redes industriais para áreas mais distantes, enquanto os avanços tecnológicos promovem automação e digitalização. Isso transforma o espaço urbano em polos de inovação e cria desafios como a necessidade de transporte eficiente e práticas sustentáveis. Já no espaço rural, as tecnologias estão melhorando a produção agrícola, mas também aumentam os impactos ambientais. 

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