ENSINO MÉDIO
ATIVIDADE 21
Objeto de Aprendizagem: Capitalismo e Espaço Geográfico
Objetivos:
• Identificar e diferenciar as fases do capitalismo.
• Identificar as principais características do modo de produção que dominou cada fase do capitalismo.
• Relacionar as fases do capitalismo e as características da divisão internacional do trabalho (DIT) em cada uma delas.
• Compreender o que foi a Primeira, a Segunda e a Terceira Revolução Industrial.
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1. A
substituição do modo de produção feudal pela economia capitalista ocorreu de
maneira desigual no tempo e no espaço. Explique essa afirmação.
2. Que fatores
contribuíram para o surgimento do capitalismo comercial?
3. Quais foram
as consequências da relação estabelecida entre o Estado absolutista e a classe
burguesa no capitalismo comercial?
4. Até hoje a
Revolução Industrial é considerada um marco histórico do modo de produção
capitalista. Quais alterações provocadas no modo de produção justificam esta
afirmação?
5. Quais os
princípios do liberalismo para o funcionamento do sistema econômico? Qual papel
o Estado desempenha nesse sistema?
6. Descreva as
principais características do:
a) taylorismo;
b) fordismo
c) toyotismo.
7. Cite os
fatores que contribuíram para o surgimento do capitalismo monopolista.
8. Quais foram
as intervenções proposta por Keynes para solucionar a crise de 1929?
9. Caracterize
o capitalismo informacional.
10. Quais são
os princípios do neoliberalismo? Como a política neoliberal teve início no
Brasil?
11. Leia o
texto a seguir e responda às questões.
A era dos
impérios (1875-1914)
O desenvolvimento
tecnológico agora dependia de matérias-primas que, devido ao clima ou ao acaso
geológico, seriam encontradas exclusiva ou profusamente em lugares remotos. As
minas eram os principais pioneiros da abertura do mundo ao imperialismo, muito
eficazes nesse papel, porque os lucros eram suficientemente excepcionais para
justificar também a construção de ramais de ferrovias. Independente das
exigências de uma nova tecnologia, o crescimento do consumo de massa nos países
metropolitanos gerou um mercado em rápida expansão para os produtos
alimentícios. Em volume absoluto, ele era dominado pelos produtos produzidos de
modo barato e em grandes quantidades em várias zonas de povoamento europeu —
América do Sul e do Norte, Rússia e Australásia. Os britânicos, que haviam
consumido 700 gramas de chá per capita nos anos 1840 e 1,5 kg nos anos 1860,
estavam consumindo 2,6 kg nos anos 1890, mas isso representava uma média anual
de importação de 102 mil toneladas, contra menos de 45 mil toneladas nos anos 1860
e cerca de 18 nos anos 1840. Enquanto os britânicos abandonavam as poucas
xícaras de café que bebiam, para encher seus bules com chá da Índia e do Ceilão
(Sri Lanka), os americanos e alemães importavam café em quantidades cada vez
mais espetaculares, notadamente da América Latina. No início dos anos 1900, as
famílias de Nova lorque consumiam meio quilo de café por semana. Os fabricantes
Quaker de bebidas e chocolate da Inglaterra, felizes por distribuir bebidas não
alcoólicas, obtinham sua matéria-prima na África Ocidental e na América do Sul.
Os astutos homens de negócios de Boston, que fundaram a United Fruit Company em
1886, criaram impérios privados no Caribe para fornecer à América a antes
insignificante banana. Os fabricantes de sabão, explorando o primeiro mercado a
demonstrar cabalmente a potencialidade da nova indústria publicitária, se
voltaram para os óleos vegetais da África. As plantations, as grandes
propriedades rurais e as fazendas eram o segundo pilar das economias imperiais.
|..] transformaram o resto do mundo, na medida em que o tornaram um complexo de
territórios coloniais e semicoloniais que crescentemente evoluíram em
produtores especializados de um ou dois produtos primários de exportação para o
mercado mundial, de cujos caprichos eram totalmente dependentes. A Malaia cada
vez mais significa borracha e estanho; o Brasil, café; o Chile, nitratos; o
Uruguai, carne; Cuba, açúcar e charutos. Na verdade, à exceção dos EUA, mesmo
as colônias de povoamento branco fracassaram em sua industrialização (nesta
etapa), porque também ficaram presas na gaiola da especialização internacional.
Elas podiam tornar-se extraordinariamente prósperas, mesmo para padrões
europeus, sobretudo quando seus habitantes eram imigrantes europeus [..] Mas o
fizeram como complementos da economia industrial europeia (isto é,
essencialmente britânica) e, portanto, para eles - ou, em todo Caso, para os
interesses vinculados à exportação de produtos primários - não era negócio se
industrializar. Não que as metrópoles fossem receber de braços abertos sua
industrialização. Qualquer que fosse a retórica oficial, a função das colônias
e das dependências informais era completar as economias metropolitanas e não
fazer-lhes concorrência. 1..] antes de 1914 os termos de troca pareciam evoluir
a favor dos fornecedores de produtos primários. Entretanto, a importância
econômica crescente dessas áreas para a economia mundial não explica por que,
entre outras coisas, os principais estados industriais deveriam ter se
precipitado em dividir o planeta em colônias e esferas de influência. [...] Um
motivo geral mais convincente para a expansão colonial foi a procura de
mercados. O fato de esta muitas vezes fracassar é irrelevante. [...] Mas o
ponto crucial da situação econômica global foi que um certo número de economias
desenvolvidas sentiu simultaneamente a necessidade de novos mercados. Quando
sua força era suficiente, seu ideal eram “portas abertas” nos mercados do mundo
subdesenvolvido; caso contrário, elas tinham a esperança de conseguir para si
territórios que, em virtude da sua dominação, garantissem à economia nacional
uma posição monopolista ou ao menos uma vantagem substancial. A consequência
lógica foi a repartição das partes não ocupadas do Terceiro Mundo. [...] Neste
sentido, o “novo imperialismo” foi o subproduto natural de uma economia
internacional baseada na rivalidade entre várias economias industriais
concorrentes, intensificada pela pressão econômica dos anos 1880.
IHOBSEANWM, Enc. A era dos
impérios (1875-1914) Tradução Sent Maria Campos: Yolanda Stedel de Toledo. 10.
ed. São Pado: Par eTera 2006 p. 96:10
a) O texto
relata duas das importantes razões da expansão imperialista. Quais são elas?
b) De acordo
com o texto, quais foram as nações imperialistas e quais foram as áreas de
expansão do imperialismo?
c) Segundo as
descrições do texto, as nações citadas possuem diferentes papéis na DIT da
época. Caracterize-a.
GABARITO
1. A
transição da substituição do modo de produção feudal para o capitalista não
ocorreu no mesmo. momento histórico e igualmente entre os países. Na Europa,
essa transição se deu primeiramente na parte ocidental, por volta do final do
século XII, quando houve o início do declínio do feudalismo. Já na parte
central e leste do continente, esse declínio foi mais lento, resistindo em
certas regiões, como na Rússia, até o início do século XX.
2.
Os principais eventos foram as Grandes Navegações e o comércio nos burgos. As
viagens ultramarinas das potências europeias visavam descobrir novas terras e
estabelecer colônias, com o objetivo de garantir o abastecimento de produtos e
matérias-primas, muito valorizadas no comércio europeu. Esse comércio era feito
nos burgos, que prosperaram e se transformaram em grandes centros comerciais.
3. A
aliança estabelecida entre o Estado absolutista e a burguesia culminou na busca
de riquezas dentro e fora do território europeu, ou seja, nas colônias
além-mar. Isso levou nações europeias a expandirem seus domínios territoriais,
fundando Colônias de exploração nas regiões conquistadas.
4. O
advento da Revolução Industrial promoveu a substituição da produção artesanal
de pequena escala pela produção em larga escala, uma vez que as máquinas
movidas pelo vapor da queima de carvão mineral possibilitaram o aumento da
produção das fábricas, ampliando os lucros apropriados pelos capitalistas, que
detinham a posse dos meios de produção. Assim, o capita- lismo industrial
estabeleceu a relação de trabalho assalariada, em que o trabalhador vende a sua
força de trabalho aos donos dos meios de produção em troca de um salário, uma
remuneração para garantir a aquisição dos bens necessários à sua sobrevivência.
5.
Para o liberalismo, a livre concorrência, por exemplo, tenderia a equilibrar os
preços por meio da lei da oferta e da procura, enfatizando a iniciativa
econômica, a liberdade de mercado e a livre circulação da riqueza. Os liberais
opunham-se o intervencionismo do Estado, colocado em prática pelas políticas
mercantilistas que predominaram na fase do capitalismo comercial. Assim,
segundo o liberalismo, as funções do Estado deveriam ficar restritas à esfera
administrativa, (de modo a zelar pela manutenção da ordem e pela segurança,
como forma de garantir as condições para o pleno funcionamento do sistema
econômico.
6. a)
Organização do processo fabril de maneira mais racional e eficiente, na qual se
defendia à necessidade da divisão do trabalho industrial em um conjunto de
etapas simples e mecânicas. Elas deveriam ser executadas por vários
trabalhadores, organizados em série, e (cada indivíduo seria responsável por
apenas uma dessas etapas. Muitas vezes, o trabalho consistia em movimentos
repetitivos e exaustivos aos trabalhadores.
b)
Aplicado na indústria de automóveis Ford, na qual houve a introdução da chamada
linha de montagem. Nesse sistema, o produto era deslocado até os trabalhadores
por uma esteira mecânica, e cabia a cada trabalhador uma tarefa em sua
montagem. Isso permitiu o aumento da produtividade: antes a montagem de um
automóvel levava aproximadamente 13 horas; com o fordismo, a mesma montagem
passou a ser realizada em 6 horas.
c)
Caracteriza-se por uma estrutura enxuta e flexível, apoiada na massiva
informatização e robotização e na qualidade da produção, visando reduzir
desperdícios. A interferência humana é cada vez menor no processo fabril,
representada pela reduzida mão de obra de qualificação multifuncional e pela
terceirização de parte dos serviços industriais. O processo produtivo é
realizado de acordo com a demanda, não havendo estoques de matéria-prima ou de
produtos finalizados, pois a de- manda é que regula a produção industrial.
7.
Os principais fatores foram a formação de gigantescos impérios industriais e
comerciais, assim (como a constituição de grandes bancos, corre- toras de
valores e outras instituições financeiras, que se tornaram responsáveis pelo
desenvolvimento da economia. Essas instituições passaram a atuar como grandes
agentes financiado- res da produção, iniciando um intenso processo de
concentração do capital, formando monopólos e oligopólios. Com a união
estabelecida entre o capita! industrial e com o capital bancário, também
chamado financeiro, e o mercado dominado cada vez mais pelo surgimento de
grandes corporações, a economia industrial capitalista ingressou em uma nova
fase, a do capitalismo financeiro-monopolista. 8. As propostas de Keynes,
conhecidas como teoria econômica do keynesianismo, defendiam maior intervenção
econômica do Estado para promover a retomada do crescimento e do emprego. Para
Isso, propunham grandes Investimentos do Estado para o fortalecimento do
consumo por meio de melhor distribuição de renda.
9. O
capitalismo informacional caracteriza-se pela chamada Revolução
Técnico-científica ou RevoIução Tecnológica, calcada no desenvolvimento das
mais avançadas e complexas tecnologias da informação. O período informacional
levou ao surgimento de uma nova economia global, caracterizada pela
intensificação dos fluxos de in- formações, capitais e mercadorias que circulam
pelo espaço mundial. Essa fase do capitalismo acentuou o processo de
globalização.
10.
Segundo os princípios do neoliberalismo, deveria haver a gradativa diminuição
da participação (do Estado na economia, que ocorreria por meio do (controle da
carga tributária, da privatização de empresas estatais, entre outros. Assim,
caberia (80 Estado apenas disciplinar a economia, promovendo o controle da
inflação e incentivando 106 investimentos privados. No Brasil, a política
neoliberal foi adotada na década de 1990, na (qual muitas das grandes empresas
estatais estratégicas do nosso país foram privatizadas.
11. a) As principais razões foram a lucrativa atividade mineradora, que incentivou a construção de ferrovias, e o aumento do consumo dos produtos alimentícios nas metrópoles, produzidos de modo barato e em grandes quantidades nas colônias de povoamento europeias.
b) As nações imperialistas foram as europeias, como a Alemanha e a Inglaterra, e as áreas de expansão do imperialismo foram a América Latina, o sul da Ásia (Índia, Ceilão, atual Sri Lanka) e a África.
c) As colônias tornaram-se produtoras especializadas em determinados produtos para a exportação, como a Malásia com a borracha e o estanho, o Brasil com o café, o Chile com os nitratos, o Uruguai com a carne e Cuba com o açúcar e os charutos. As nações euro- peias que já haviam se industrializado forneciam produtos manufaturados.
d)
Resposta pessoal. Oriente os alunos a refletirem sobre a questão da falta de
interesse dos colonizadores na industrialização das colônias, já que elas
complementavam a economia da metrópole, fornecendo matérias-primas sem
concorrer com seus produtos.
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